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Ambientalista quer barrar construção de ferrovia no sul da Bahia

Por Sonia Racy
Atualização:

Luiza Olivetto. Foto: Christina Rufatto/Estadão

Ambientalista militante, Luiza Olivetto - uma das responsáveis pela criação do premiado chocolate sustentável Amma, produzido em fazenda no sul da Bahia - está no dia a dia da campanha deflagrada contra a concessão da Ferrovia de Integração Leste-Oeste - o ministério dos Transportes quer vê-la construída entre as cidades de Ilhéus e Caetité. O edital, publicado essa semana pela Agência Nacional de Transportes, informa que o projeto está orçado em R$ 5 bilhões. "A expectativa é que o leilão ocorra em abril de 2021", diz Luiza.

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"Essa iniciativa não é nova, mas por todas as consequências ambientais, foi barrada. Agora, foi destravada pelo governo Bolsonaro, um total absurdo", lamenta a ambientalista. Para justificar sua posição, a empresária lembra que o sul da Bahia é responsável por boa parte do que sobrou da Mata Atlântica. Isso, segundo ela, é fato comprovado por pesquisadores de universidades locais (como UESC e UFSB) bem como nacionais (USP), além de estudos detalhados feitos pelas universidades americanas de Yale e Brown. "Tudo está documentado", reforça.

A empresária sugere a leitura do livro de Jorge Caldeira, Julia Sekula e Luana Schabib: Brasil, Paraíso Restaurável. "O que se fala ali de maneira clara, é como a economia das florestas - em especial, a da Mata Atlântica são vitais à sobrevivência do planeta". A floresta seria um hotspot documentado até por pesquisadores do Jardim Botânico de NY, classificando-a como a floresta de maior biodiversidade por hectare de todo o mundo.

Nesse livro, segundo Luiza, os autores fazem um levantamento do que se tem feito nas grandes economias do mundo em relação a energias renováveis e "levanta a bola para que o Brasil reconheça sua potência nessa área e traduza em ganho e visão de futuro, saindo na frente dessa revolução que, em números, é considerada uma "tendência irreversível". Em artigo publicado no site Movimento Sul da Bahia Viva, o ambientalista Rui Vosta, faz a conta do que representa economia baseada nos fundamentos da biodiversidade versus projetos estrangeiros associados ao governo baiano de exploração de minério a serem exportados, "como se já não bastasse Brumadinho e Mariana."

A verdadeira vocação do sul da Bahia, no ver de Luiza, é fazer jus a um País com nome de árvore. E transformar-nos "do presente sustentável rumo a um futuro que só será possível promovendo a harmonia do ser humano com a natureza."

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