O ex-ministro Almir Pazzianotto, que combateu a ditadura e acompanhou "em tempo real" o episódio da morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, não aprova o tom do relatório da Comissão de Direitos Humanos que, semana passada, condenou o governo do Brasil pelo modo como investigou o caso e o considerou "um crime contra a humanidade".
"Temos de fechar essas feridas. Não vejo qual o benefício de reabri-las", disse à coluna o advogado, que foi após a queda da ditadura foi ministro do Trabalho.
'Aprender com os europeus'
Pazzianotto olha a Copa do Mundo em andamento na Rússia, com russos, alemães e outras torcidas cantando, se fantasiando e festejando, e faz comparação: "Na guerra, a Alemanha invadiu a Rússia e no confronto morreram 30 milhões de pessoas. Hoje tudo isso é passado, temos de deixar isso pra trás. Nós precisamos aprender com eles".
Bolsonaro e Herzog
Indagado pela coluna, no debate com Malala no Auditório Ibirapuera, ontem, sobre a declaração de Bolsonaro em referência ao seu pai, Vladimir Herzog - o deputado disse que "suicídio acontece, o pessoal pratica", Ivo Herzog se recusou a comentar.
"Não vou falar sobre ele", ponderou.