O sistema financeiro aceitou pagar R$10 bilhões aos poupadores por causa de três planos econômicos - segundo acordo fechado esta semana com o governo -, não por achar que é devedor. Os bancos apenas entenderam que esse é um mal menor frente ao que poderia acontecer no futuro - com o risco, até, de uma quebra do sistema financeiro do País.
A avaliação é de Roberto Setúbal, copresidente do conselho do Itaú. Os bancos, diz ele, simplesmente obedeceram às leis decretadas pelo governo, tirando do rendimento do poupador quantia igual à que o governo subtraiu do sistema. "Ninguém teve ganho financeiro sobre o poupador", garantiu à coluna ontem.
Espécie de prêmio de 'seguro'
Mas então, por que aceitaram pagar esses R$ 10 bilhões? Foi "uma espécie de prêmio de 'seguro' para não colocar em risco o futuro", explica Setubal.
Seguro contra o quê? Contra a possibilidade de o STF considerar inconstitucional essa parte dos programas econômicos. Nesse caso, teriam que pagar aos poupadores - e depois ir brigar na Justiça para recuperar... - um valor estimado entre R$ 180 bilhões e R$ 300 bilhões.
10 mil bodes na sala
Para Setubal, "puseram 10 mil bodes na sala - e o sistema aceitou pagar 100".
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