Paulo Szot, premiado barítono, estreou no mitológico Teatro Scala, de Milão, semana passada. Interpretando um personagem quase 30 anos mais velho, na ópera A Dog's Heart, do russo Alexander Raskatov. O cantor, que faz rasante no Brasil em julho - e vai ganhar homenagem da New York Philharmonic este ano -, falou com a coluna por telefone.
Como está sendo se apresentar no Scala, de Milão, um dos teatros mais importantes do mundo?
Milão tem tanta história. Estou muito feliz, é a primeira vez que me apresento lá. Para qualquer cantor de ópera, é um sonho, o que sempre imaginei.
Como foi a preparação para essa ópera?
É uma peça muito difícil, contemporânea. O compositor estava nos ensaios. Tive de treinar efeitos vocais que nunca tinha feito. Mas vem sendo muito interessante e inovador. É estimulante para um artista fazer algo novo. Tenho 43 anos e estou interpretando um personagem de quase 70, um cientista maluco.
Tem planos de vir ao Brasil?
Eu vou cantar com a Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro, em julho. Por enquanto, é isso.
Acha que o público de ópera no Brasil vem aumentando?
Desde que comecei a cantar óperas, percebi um movimento favorável do público em relação a elas. As óperas do Teatro Municipal, por exemplo, sempre estão lotadas. O que acontece, às vezes, são problemas de gestão. É difícil seguir uma linha artística na programação. Tem muita coisa boa acontecendo.
O que achou da escolha de John Neschling para dirigir o Teatro Municipal?
Fiquei contente. Ele sempre vem com resultados positivos, sabe conduzir reformas. Sou um grande admirador dele.
O que tem no seu iPod hoje?
Amo música popular e jazz. Mas, pela falta de tempo, por estar estudando sempre, levo no meu iPod a trilha que estou ensaiando. A música é meu trabalho. No tempo livre, sempre busco um pouco de silêncio. /MARILIA NEUSTEIN