Morando há dez anos em NY, a cantora Aline Muniz veio passar a quarentena no Brasil. Depois de um período em Florianópolis, "praticando ioga", e mais um tempo na Praia da Pipa, "em contato com as raízes nordestinas", ela está pronta para lançar seu novo disco: Aline no Samba. "Uma vontade até então não decifrada de estar mais conectada com a minha raiz brasileira, resultou nesse disco, onde eu busquei, mais do que tudo, cantar com a alma", resumiu a filha da atriz Angelina Muniz com Walter Zagari, em entrevista à coluna. Confira a seguir.
A carreira artística de sua mãe a influenciou? Acredito que o olhar artístico da minha mãe me influenciou. Ela inseriu música na minha vida desde muito pequena. Lembro que adorava acompanhá-la nas peças de teatro pra poder subir no palco quando o teatro estava vazio, e reproduzir absolutamente todas as falas e movimentos que ela fazia.
Os seus pais te incentivaram a seguir a carreira artística? Eles sempre me deixaram muito livre pra escolher o que faria meu coração bater mais forte. Sempre com a lição de que qualquer que fosse o caminho escolhido, deveria me dedicar ao máximo, me aprofundar, mergulhar de cabeça. Daí pra frente o auxílio deles sobre o mundo artístico sempre foi muito importante. Afinal, tenho em casa dois profissionais respeitadíssimos.
Quais foram os desafios que enfrentou sendo uma cantora brasileira nos EUA? A nossa música é muito respeitada lá fora. Muitas portas se abrem quando digo que sou uma cantora brasileira. O público faz questão de me ouvir cantar em português. É tão lindo isso. Então, os meus desafios sempre foram muito mais sobre o mercado musical do que sobre ser estrangeira. Nova York recebe pessoas do mundo todo e essa é a beleza da cidade. A diversidade.
Conte um pouco sobre o disco Aline no Samba. Uma vontade até então não decifrada de estar mais conectada com a minha raiz brasileira, resultou nesse disco, onde eu busquei mais do que tudo cantar com a alma. A parceria com o grupo InovaSamba me trouxe a tranquilidade para revisitar grandes compositores como Serginho Miriti e Dona Ivone Lara. Um projeto todo feito a "flor da pele", onde deixamos mesmo, nossos corações dominarem. Brincamos, dançamos, cantamos, choramos. E tá tudo isso impresso em cada nota musical. Sem sombra de dúvida, a maior entrega da minha carreira.
/SOFIA PATSCH