Sonia Racy
09 de agosto de 2019 | 00h40
EIKE BATISTA. FOTO ESTADÃO
Lei da selva
A prisão de Eike Batista ontem colocou no modo de espera processo jurídico contra o Mubadala. Segundo o advogado Sérgio Bermudes, o empresário considera que o grupo árabe, aproveitando a falta de liquidez do Grupo X, há sete anos, na época da derrocada, pagou preço irrisório na compra da parte do brasileiro na EBX. “Estamos levantando dados precisos”, contou ontem à coluna o advogado, que é defensor de Batista em questões civis.
Quando as ações da EBX derreteram no mercado, o Mubadala entrou executando as garantias, assim registrando lucro significativo.
Lei da selva 2
Depois disso, o Mubadala não só resolveu permanecer no Brasil como aumentou suas apostas por aqui. O fundo soberano de Abu Dhabi, especializado em empresas privadas, administra mais de… US$ 210 bilhões em ativos pelo mundo.
Lei da selva 3
Bermudes – a exemplo de outros dois advogados paulistas consultados pela coluna, especialistas em mercado financeiro – não vê razão jurídica para o novo encarceramento de Eike. “Essa história de que quem comprou papéis do grupo X foi vítima é furada, são todos especialistas”, diz o advogado.
Não deu sorte
Quem viu recentemente Eike –reconhecidamente um supersticioso –, notou que o empresário trocou o X (letra final de todas suas antigas empresas) pelo número… 3.
A quem ouvir
O conselho da Defensoria Pública de SP decidiu que um de seus temas prioritários é definir claramente quem deve ser atendido pela Ouvidoria-Geral. Por lei, a Defensoria tem como missão atender “os necessitados” – sem especificar quais. Segundo Willian Fernandes, ouvidor-geral, na maior parte das vezes o critério é meramente econômico – deixando assim muita gente sem acesso à Justiça.
A quem 2
De olho em um processo mais amplo, integrantes do colegiado – como a cineasta Tata Amaral e Américo Sampaio – vão ajudar na elaboração de proposta.
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