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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

'O futuro do Oriente Médio ou é turismo ou é terrorismo'

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Por Sonia Racy
Atualização:

 

William Ury FOTO Christina Rufatto/ ESTADÃO 

De briga (dos outros), William Ury, entende. Especialista em negociações e mediação de conflitos, o professor, com PhD em Harvard, já ajudou a resolver questões na Venezuela, Colômbia - tratando com as Farc - e na África do Sul, entre outros. Também já auxiliou empresários em negociações como a pacificação durante o processo de venda do Pão de Açúcar ao grupo francês Casino. Criador da ONG Caminho de Abraão - projeto tem como objetivo o desenvolvimento social e econômico da região que compunha o itinerário do profeta -, ele veio ontem a São Paulo para o lançamento de livro na Livraria Cultura do IguatemiVocê defende a ideia de que é mais fácil resolver um conflito quando se está, literalmente, andando. Por quê? Porque quando você anda com outra pessoa está fisicamente lado a lado, não existe o confronto cara a cara. Estão indo na mesma direção, se respira e se vê a natureza. Todos ficam mais criativos. Aliás, existem estudos científicos sobre isso. Quem briga enquanto está caminhando? Caminhar lhe dá perspectiva, visão mais ampla. E andar é uma metáfora legal, o tal do passo a passo.O caminho pode ser uma maneira de acabar com estereótipos no embate entre Israel e Palestina? Não é uma solução, mas é um primeiro passo. O que eu percebo no Oriente Médio é que todos discordam em muitas coisas, mas concordam menos em uma: todos querem turistas. Trata-se de um projeto comum. Para mim, o futuro do Oriente Médio ou é turismo ou é terrorismo (risos). O caminho é investir na tarefa de levar pessoas para lá.Quais os planos da ONG? Nós mapeamos 2 mil km do caminho. Jerusalém, Belém, Petra e Monte Sinai são alguns dos locais por que passamos. E há muitos locais caminhando lá, mas eles querem pessoas de fora, de todo o mundo. Está crescendo como aconteceu com o Caminho de Compostela. Com tempo, sem pressa. O Caminho vai existir por milênios. Os moradores da área começam a montar estrutura para receber visitantes, reformando suas casas. Um 'infraestrutura econômica' começa a surgir. / MARCELA PAES

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