Sandra foi premiada como atriz por seu inesquecível monólogo O Anjo e aPrincesa, com estética inspirada nos móbiles de Calder. Jamais esquecerei dessa montagem do Sobrevento.
Estou escrevendo agora sobre ela, pois quero dividir com vocês a pergunta que ela (Sandra) se fez e, claro, a resposta que ela se deu. Vale a pena refletirmos sobre isso. Vou reproduzir abaixo. Sandra Vargas fala do papel dos adultos no teatro infantil. Ah, os adultos... Vejam se não é o caso de refletir muito e debater sobre esse aspecto.
Sandra Vargas pergunta: O que mais a frustra no fazer teatral para crianças?
Sandra Vargas responde: "O que mais me frustra são os mediadores. Sobretudo, os programadores dos teatros, os professores e os pais. Lamento que, por parte deles, haja uma visão do teatro infantil como mera recreação, com raras exceções. Falta uma conscientização do importante papel que desempenham: eles devem ser criteriosos no que escolhem para as crianças. Frequentemente, porém, os critérios para escolherem uma peça infantil resumem-se ao seguinte:
No caso dos professores - ao ensino de determinado conteúdo da grade curricular.
No caso dos pais - à pouca distância entre a sala de teatro e sua casa.
No caso dos programadores - ao baixo custo e à facilidade da montagem e desmontagem dos cenários.
É essa falta de critérios que abre espaço a espetáculos oportunistas, que desrespeitam a criança."
Obrigado, Sandra, por essa chance que você nos dá de pensar sobre isso tudo. Ah, nós, os adultos...