MARÍLIA TOLEDO em livro: um Molière para crianças

Vejam que boa notícia. Neste próximo sábado, dia 28 de agosto, a dramaturga premiada com o Prêmio Shell, o Prêmio APCA e o Prêmio Femsa, Marília Toledo, lança o livro com sua tradução e adaptação para crianças do clássico de Molière, O Doente Imaginário. Marília é um dos nomes de maior destaque de São Paulo na nova dramaturgia. Ela merece este caprichado livro da editora 34, com ilustrações de um craque como ela, o cartunista Laerte.

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Por Redação
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 Foto: Estadão

Além dos autógrafos, entre 15 e 17 horas do sábado, a Cia. da Revista, que montou com muito sucesso O Doente Imaginário, na direção de Kleber Montanheiro, vai encenar trechos do espetáculo na livraria. Tudo vai ocorrer na Saraiva Megastore, do Shopping Pátio Higienópolis, Piso Higienópolis, Avenida Higienópolis, 618, tel. (11) 3662-3060.  Vamos todos lá prestigiar este lançamento? É muito importante que as editoras prossigam editando peças em livro.  Abaixo, fiz quatro perguntas para Marília (todas começadas por "Qual foi...?"), especialmente para este blog. Confiram:

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1.

Qual foi sua maior preocupação ao fazer esta adaptação para crianças?

Minha maior preocupação quando comecei a traduzir e adaptar "O Doente Imaginário" para crianças era a de encontrar uma linguagem simples sem cair no infantilóide. Apesar de ter cortado alguns personagens e editado bastante o texto, fiz questão de manter a essência da obra de Moliére, que é uma das minhas preferidas. Também aliviei as ironias muito datadas do texto, em relação a algumas figuras da sociedade parisiense como os médicos, advogados e farmacêuticos, pois algumas das situações não correspondem exatamente a nossa realidade, e retirei a sensualidade de algumas cenas, que podem ser inapropriadas para os pequenos leitores.

2.

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Qual foi sua maior surpresa ao ouvir o texto já na boca dos atores?

A maior surpresa foi ver que os atores conseguiram criar um tom de época, mas sem nenhum tipo de sotaque ou maneirismo. Eles simplesmente vivenciaram as personagens de maneira ímpar. Fiquei feliz também de ver que um bom texto ser ve para todas as idades. Ao simplificar a estrutura dramatúrgica e também as palavras da obra, realizei o desejo de tornar um texto clássico acessível para crianças.

3.

Qual foi sua sensação ao ver a reação da plateia? Conte algum caso de coisas que ouviu das crianças (e/ou dos adultos) ao final da peça.

A sensação foi de missão cumprida. Cheguei a questionar, junto com o diretor Kleber Montanheiro, se as crianças de fato iriam entender e aproveitar a peça. As gargalhadas e os comentários ao longo da trama e os aplausos no final comprovaram que o trabalho estava adequado ao público alvo. A situação mais divertida que vivemos foi numa apresentação em Campinas, numa Praça Pública. No momento da peça em que a personagem "Toanete" convida os outros para se sentarem, uma catadora de lixo sentiu-se de tal maneira dentro da ação que puxou uma cadeira e ficou sentada com os atores por uns dez minutos, como se fosse convidada da casa de Argan, o Doente Imaginário.

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4.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Qual foi sua sensação ao ver o livro impresso?

Foram dois anos de trabalho, editando o livro. Houve uma época que eu cheguei a duvidar que ele sairia, mas o resultado é maravilhoso, principalmente pelo fato de minha primeira publicação já contar com as ilustrações do grande cartunista Laerte, de quem sempre fui admiradora. Outra coisa que me deixou muito feliz foi o guia "Como Montar uma Peça de Teatro", que escrevi no final do livro, com explicações de todas as etapas e profissionais que envolvem uma montagem teatral, para que os nosso leitores sintam-se estimulados a montar "O Doente Imaginário" na escola, em casa ou até mesmo criar peças inéditas. A Editora 34 é de uma seriedade rara e eles me ensinaram muito sobre a linguagem escrita, bastante distinta da falada, que usamos no teatro. Agora vamos começar a editar "A Odisseia de Arlequino", e em 2011, provavelmente trabalharemos na minha adaptação de "Sonho de Uma Noite de Verão", de Shakespeare.

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