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Dos quadrinhos para o palco

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Por Redação
Atualização:
 Foto: Estadão

Preconceito com musical que vem da Broadway? Azar o seu, pois vai perder Meu Amigo Charlie Brown, em cartaz no teatrão do Shopping Frei Caneca. É ótimo. Tapa a boca de quem costuma dizer que no Brasil ainda não há atores preparados para cantar e dançar. Como o elenco está bem! Vou dar aqui os nomes de todos eles, que foram dirigidos e coreografados por Alonso Barros, com direção musical e vocal do maestro Marconi Araújo e produção geral de Ricco Antony.

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O elenco é formado por Leandro Luna (o Charlie Brown), de quem eu já havia gostado bastante em O Cravo e a Rosa; Fred Silveira (Snoopy, que vem de papéis de destaque em Godspell e West Side Story); Paula Capovilla (como Lucy, aplaudida várias vezes em cena aberta na sessão a que assisti), a sempre ótima Mariana Elisabetsky (como Sally, além de assinar a versão brasileira do texto); Felipe Caczan (como Schroeder) e Thiago Machado (como Lino).

O espetáculo tem estrutura de esquetes independentes, mas com fôlego para dialogar entre si, formando um todo que dá um bom panorama da história criada nas tiras consagradas mundialmente como Peanuts, de Charles M. Schulz. A produção é impecável, com belíssimo e funcional cenário (nada exagerado, sem exibicionismos grandiosos), assinado por Chris Aizner e Nilton Aizner. 

Agora, pra vocês, as cinco melhores cenas da peça, na minha modesta opinião.  São cenas de forte empatia com a plateia e muito bem realizadas no palco. Lá vão elas.

1) A cena da pipa. O ator finge que está empinando um papagaio. No fim da cena, a pipa realmente cai na plateia e surpreende a garotada.

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2) No cinema. Reprodução de uma sala de cinema, com o elenco acomodado nas poltronas para ver um filme no telão. Começam as imagens e, de repente, surge o ator que faz o Snoopy, pendurando num balão, interagindo com as imagens do filme.

3) Meu paninho e eu. Sabe aqueles pedaços de pano que viram inseparáveis de certas crianças? Pois há uma cena muito engraçada, em que dois irmãos brigam pelo pano. Empatia garantida na plateia. E coreografia nota dez.

4) Hora do recreio. Charlie Brown aparece sozinho no pátio da escola, na hora do intervalo. Ele não vê a hora de ouvir o sinal e a aula recomeçar, pois fica sempre solitário no recreio. Cena dura e tocante.

5) Ensaio do coro. Quando o menino Schroeder, fissurado pelo compositor Beethoven, resolve reger os amiguinhos num número de coral, todos intercalam à música os restos da conversa que foi interrompida. É hilariante.

 

O SERVIÇO DA PEÇA:

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////TEATRO SHOPPING FREI CANECA (800 lug.). Rua Frei Caneca, 569, 6º andar, Bela Vista, tel. 3472-2226. SÁBADOS E DOMINGOS ÀS 16 HORAS. Ingressos a R$ 50. Até 27 de junho.

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