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Ipiranga encontra registros policiais das décadas de 50 e 60

Um casal foi surpreendido na Rua Roberto Roch com as roupas em desalinho. Policiais militares anunciaram o caso de atentado ao pudor, o que só piorou quando eles tentaram corromper os oficiais com três cruzeiros. Ao final, foi permitido que os acusados usassem o telefone. Um ônibus colidiu com uma carroça. Depois do acidente, o motorista do veículo foi agredido pelos ocupantes da carroça. Todos saíram feridos. No carro, um rapaz de 20 anos deflorou uma garota menor de idade. Dias depois, levou-a à farmácia Drogavossa para aplicar uma injeção de remédio que impedisse a gravidez. Acusado de abusar da adolescente, ele afirmou que a garota não era recatada, já que frequentava pontos de venda de cachorro-quente e ingeria bebidas alcoólicas.

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Por Redação
Atualização:

Estes três casos aconteceram entre as décadas de 50 e 60 e podem ser relembrados em livros contendo registros das ocorrências policiais do bairro do Ipiranga no século passado. Eles foram encontrados em uma delegacia da Polícia Civil no bairro do Ipiranga.

 Foto: Estadão

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"É um acervo muito precioso", conta o delegado Evandro Luiz de Melo, que assumiu o comando da unidade na última sexta-feira. "Os documentos mostram como era o cotidiano do bairro nessa época". Os registros de ocorrência, que estão no 17º Distrito Policial Doutor Aldo Galiano,  são manuscritos ou datilografados e organizados em livros.

Aldo Galiano, que dá nome à delegacia, foi o responsável pelo local entre 1956 e 1958. "Na época, a função do delegado era muito mais ampla do que hoje em dia", diz Melo. "Os delegados eram responsáveis por resolver pequenos conflitos do bairro, coisas que hoje têm que passar por juízes".

Entre outros casos registrados pela Polícia Civil entre os anos de 1952 e 1962, estão brigas de vizinhos, reclamações sobre jovens fazendo batucadas em frente ao comércio e até uma acusação de estupro que acabou em pedido de casamento. "Houve a violação sexual e, quando acusado, o infrator se comprometeu a casar com a menor que tinha desvirginado", relata Melo.

Representantes do Arquivo Público do Estado de São Paulo já foram até o 17º DP para verificar a consistência do acervo. Ainda não ficou definido se os documentos irão para a sede da Polícia Civil ou para uma biblioteca da Polícia Federal. Por enquanto, eles ficarão armazenados na delegacia do Ipiranga.

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Serviço: R. Doutor Luiz Lasagna, 534, 2061-2062.

(Com colaboração de Míriam Castro)

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