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Casa de Francisca: música de qualidade em clima intimista

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Por Redação
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Uma fachada discreta. "Pequeno café-teatro", diz o letreiro. Após subir três degraus, chega-se a um estreito corredor, cheio de velas e pétalas de rosas vermelhas, que dá acesso à porta de entrada. O local tem capacidade para 44 pessoas. Em frente ao palco, que tem o tamanho de uma banca de jornal, ficam as mesas. Logo acima, uma escada leva às poltronas, doadas de um cinema desativado em Jundiaí (SP). Tudo é de madeira, e as cores predominantes na decoração são bordô, marrom e verde musgo. A luz fica por conta das velas e de três pequenas luminárias.

Esse é o ambiente da Casa de Francisca (Rua José Maria Lisboa, 190; Jardim Paulista; 3052-0547), inaugurada há três anos. "A intenção é fazer com que as pessoas se sintam como se estivessem na sala da casa do artista", diz o diretor de arte Rubens Amatto, um dos proprietários da casa. O outro sócio é o fotógrafo Rodrigo Luz, irmão de Rubens.

 Foto: Estadão

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A programação da casa é elogiada com frequência. Entre os artistas que já se apresentaram no pequeno palco estão Paulo Vanzolini e Arrigo Barnabé. "O Paulo comemorou seu aniversário de 87 anos cantando aqui", conta Rubens. "Já o Arrigo faz shows na casa há mais de dois anos". O couvert artístico varia entre R$ 19 e R$ 35. "Não tem pesquisa de mercado, não estamos preocupados em agradar. É um projeto pessoal", diz Rubens. "Não dá para viver disso, mas tem noites que alimentam a gente de uma forma que não tem preço". O gosto pessoal de Rodrigo e Rubens também atinge o cardápio. A casa não serve refrigerante, por exemplo. Cerveja, só se for artesanal (R$ 9,10).

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Quando o Curiocidade visitou a casa, os artistas que se apresentaram foram Marcelo Pretto e Swami Jr. Logo na entrada, o garçom avisa: "Antes de começar o show, vamos parar de servir comida e bebida". Rubens explica que "não faria sentido trazer trabalhos tão sofisticados e ficar servindo aperitivos, atrapalhando o show". Minutos antes do início da apresentação, Rubens sobe ao palco para pedir que todos desliguem os celulares.Quem cochicha durante alguma música logo é advertido com um "ssshhh!". Antes de os artistas entrarem em cena, Rodrigo apaga as luminárias, deixando o ambiente iluminado apenas pelas velas.

QUEM FOI FRANCISCA?

Foi a primeira moradora da casa, construída em 1913. Quando Rodrigo e Rubens chegaram ao imóvel, ele estava todo destruído. Ali funcionava antes uma loja de cúpulas para abajur. Os irmãos descobriram que Francisca era uma espanhola que reunia os vizinhos no final da tarde para tomar chá e comer bolo em sua casa. Na mesma rua, morava o sapateiro Genaro, muito amigo da Francisca. É por causa dele que o nhoque da casa se chama "Genaro".

PROGRAMAÇÃO

Na quinta-feira, dia 23, às 21h, o músico Emiliano Castro apresentará o projeto Kanimambo, que traz música brasileira com referências espanholas, africanas e latino-americanas. No sábado, acontecerão duas apresentações. A primeira, 20h30,será dos músicos Juarez Moreira e Arismar do Espírito Santo. As 00h30, será a vez do cantor Rodrigo Campos, que mostrará canções de seu disco "São Mateus não é um lugar assim tão longe". No domingo, os músicos Marina de la Riva e Daniel Oliva farão um show às 21h.

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(Com colaboração de Karina Trevizan e fotos de Katia Kuwabara / Divulgação)

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