Diretor de elenco do SBT, estimado pelo patrão e responsável pela revelação de tantos dos nomes que hoje desfilam na tela da TV (Caio Blat, Maria Fernanda Cândido e Gabriel Braga Nunes entre eles), Fernando Rancoletta resistiu o quanto pôde, mas foi finalmente cooptado pela Record.
Bom para a Record, mau para o SBT.
Na TV do Silvio, Rancoletta se habituou a trabalhar com ofertas bem mais modestas que aquelas lançadas pela Record a atores estrelados. Daí o talento em buscar anônimos bons de cena, gente que segura a onda e só precisa de uma brecha para se fazer notar no vídeo.
A Record já seduziu 98% do elenco que teria chance de tomar da Globo. Contratou bons e razoáveis atores mal aproveitados na concorrência. Agora, sem disposição para inflacionar ainda mais o mercado e sem tantas opções de grifes, é hora de investir em boas descobertas.
A saída de Rancoletta do SBT deve aumentar o clima de instabilidade na dramaturgia da casa, que grava novela da primeira dama, Íris Abravanel, com a agonia da imprevisibilidade: já com cenas gravadas para 50 capítulos, a trama não tem data de estréia cogitada pelo Homem do Baú.