No 2º programa, Xuxa baixa ansiedade

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Por Cristina Padiglione
Atualização:

 

Estreia sempre é pilha extra na performance de qualquer artista. Assim, sem a ansiedade do grande dia de lançamento, Xuxa respirou melhor na segunda edição de seu programa na Record. Permitiu-se lembrar que o horário, tarde da noite, lhe autoriza abusar de bobagens inofensivas no discurso, o que nunca foi possível na vida pregressa da Globo, dada sua associação com baixinhos em programas sempre feitos à luz do dia. Com Sabrina Sato e Zezé Di Camargo no palco, claro, o caminho sempre aponta para frases de duplo sentido e alguma malícia. O povo bem que gosta.

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A autorreferência continua lá. De novo, vimos a loira chegar como pessoa comum a casas de fãs que se debulham em lágrimas por ela. Tive a oportunidade de testemunhar, mais de uma vez, nos áureos tempos de Rainha dos Baixinhos, a histeria que movia multidões de fãs no encalço de Xuxa. Era algo realmente impressionante e posso dizer que não vi outro artista brasileiro capaz de despertar uma comoção naquelas proporções. É compreensível que Xuxa e o diretor Mariozinho Vaz queiram mostrar em rede nacional a reação dessa idolatria que nem todo mundo tem noção do que é. Mas exibir isso como quadro fixo no programa exaure a plateia e banaliza a própria situação aqui apresentada como algo excepcional. Pode ser vista vez ou outra, vá lá, e aí sim ser valorizada.

Na trajetória de Hebe, aliás, que Xuxa cita muito como referência, nunca se viu a loira mais veterana da TV produzir cenas capazes de expor a comoção nacional em torno de sua figura. É claro que Hebe nunca foi ídolo infantil, o que arrefecia muito a abordagem do público a ela, em relação a abordagem sofrida por Xuxa. Mas Hebe morreu se dizendo surpresa com a corrente de apoio recebida em função da doença. Dizia sempre que não tinha noção do quão querida era. Não conhecia seu verdadeiro tamanho. Xuxa não tem de ser igual a Hebe. E não é. Mashá que buscar mais histórias nos outros do que em torno de si.

O segundo programa também atiçou menos a curiosidade da audiência, que compareceu com 7,3 pontos de média de audiência na Grande São Paulo, segundo o Ibope Media. Perdeu quase 25% em relação à estreia, quando somou 10 pontos de média. Mas manteve a Record na vice-liderança. A Globo, que teve 20 na segunda-feira anterior, durante o confronto com o programa de Xuxa, fez 23,3 nessa segunda-feira. O SBT fechou com 6,6 pontos. Cada ponto na Grande São paulo equivale a 65 mil domicílios.

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