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Groisman dribla Santoro no Altas Horas

Por Cristina Padiglione
Atualização:

 

 

Imagine a cena:

Rodrigo Santoro entra numa saleta de proporções modestas, põe-se diante de um sujeito que veste paletó listrado verde abacate com camisa estampada, para pedir uma chance na carreira de ator.

O produtor, figura encarnada por Serginho Groisman, diz que ele, com perdão do mau jeito por ter de dizer isso, é até bonito.

"E isso é ruim?", pergunta o aspirante a ator.

"Péssimo", diz o produtor. "Veja por exemplo o Robert De Niro. É bonito? Não."

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"Mas eu sou um ator. Eu posso virar essa vaca", garante Santoro, apontando para uma vaquinha bibelô sobre a mesa do produtor.

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"Vira, então", desafia o outro.

O ator se concentra e emite um mugido profundo: "Tem que vir lá de dentro, vem daqui", explica Santoro, apontando para o lado esquerdo do abdômen.

O produtor não se convence. Diz que esse nome, Rodrigo Santoro, não vai pegar. E que é melhor que ele procure outro nome e outra coisa para fazer. Oferece-lhe então um trabalho como príncipe num baile de debutante em cidade bem distante, por R$ 100,00, menos a comissão de 20% cabível a ele, produtor e arremata: "Não vejo você atuando com a Cameron Diaz, com o Jim Carrey, não vejo você no Carandiru nem no papel de um jogador de futebol."

A conversa entre os dois inaugura um novo quadro do Altas Horas, que estreia neste fim de semana,consumando o 12º ano do programa na Globo.

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É o produtor, figura que existe aos montes por aí, em geral insensível para perceber talentos em potencial e disposto a dizer sempre NÃO.

A conversa corre sem script, ao sabor de cada um que ali se senta. E Groisman endossa sua veia dramatúrgica com louvor.

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