Do tempo em que bons profissionais falavam com cigarro na boca

Crédito: Fernanda Fernandes/AE

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Por Cristina Padiglione
Atualização:

Como adiantamos, com perdão do cabotinismo, na coluna de TV do Estadão impresso, Vale Tudo levou o canal Viva à liderança de Ibope entre os canais pagos na faixa de 0h45, desde 4 de outubro, quando estreou.

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A reprise da novela é um fenômeno de audiência na TV e na web, onde foi capaz de triplicar o número de seguidores do twiter do Viva e movimenta, todas as madrugadas, acalorados fóruns sobre as cenas de cada capítulo.

Na sexta-feira, a brincadeira no twitter era imaginar um remake do folhetim de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres. Ivan, originalmente vivido por Antonio Fagundes, seria hoje Wagner Moura ou Mateus Solano. Glória Pires pagaria os pecados de Maria de Fátima interpretando agora a heroína Raquel Acioli, e Odete Roitman ressuscitaria na pele de Eva Wilma.

Causa ainda nostalgia, não sem espanto, perceber como o que era chique ontem caiu em desgraça hoje. Nada mais divertido, nos dois últimos capítulos, do que constatar como Daniel Filho, com toda a sua canastrice (*), consegue falar por uma cena inteira, sem tirar o cigarro dos lábios. E a gente entende tudo-tudo, cada palavra. O Daniel, de cigarro na boca, fala melhor que muito ator dito experiente por aí, né não?

Tenho taquicardia só de ver aquele frenético (moderníssimo para a época) clipe de imagens, ao som da Gal para a letra de Cazuza na abertura. E digo amém ao Frejat proferindo "saudações, a quem tem coragem / aos que estão aqui pra qualquer viagem (...) A felicidade é um estado imaginário"

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(*) Falo em canastrice, aqui, no melhor sentido, e isso é bem possível. Foi Nelson Rodrigues que, ao ser acusado como tal, concluiu que o canastrão chega mais rápido ao coração do público. Daí seu inestimável valor. Tamos com o Nelson.

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