Com entrevista espetáculo, Gugu bate a Globo

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Por Cristina Padiglione
Atualização:

Com entrevista super anunciada com Suzane von Richthofen, Gugu Liberato inaugurou ontem seu novo programa na Record, agora nas noites de terça, quarta e quinta-feira.

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Resumo da ópera: bateu a Globo por 90 minutos e, na média geral, ficou apenas dois pontos abaixo da líder, em um placar que se fechou em 19 X 17 pontos na Grande São Paulo. Foi sua maior audiência na Record, onde ele antes só aparecia aos domingos, e a menor distância já alcançada pela Record, da Globo, este ano. No horário, a emissora exibia um jogo da Taça Libertadores, entre São Paulo e Danúbio, time uruguaio.

O SBT, que investiu na vinda da viúva de Roberto Bolaños, dona Florinda, para ser entrevistada no Ratinho, teve 8 pontos durante o programa do Gugu. Ratinho, isoladamente, conseguiu 8,4 pontos de média e até que ficou 65% acima do ibope da quarta-feira anterior, quando fez 5,1 de audiência. Só convém lembrar que a quarta anterior foi do Corinthians, que num embate com o São Paulo também pela Libertadores, somou 33 pontos e rendeu à Globo a maior audiência do ano, até aqui, no futebol.

 

Vamos ao novo Programa do Gugu

Jornalista formado, Gugu pode dispensar queixas dos colegas que o veem como intruso nessa função. Se a questão é diploma, afinal, ele tem o dele.

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Pode-se gostar ou não do sujeito, apontar sua veia sensacionalista, e a mancha daquela farsa do PCC, entrevista forjada com falsos integrantes da facção criminosa que controla os presídios de São Paulo, ainda nos tempos do SBT, há de perseguir o resumo de seu currículo para todo o sempre.

Mas...

O sujeito é excelente comunicador, discípulo de Silvio Santos - com a diferença de que se leva mais a sério e evitaos riscos que o ex-patrão corre com suas deliciosas frases de sincericídio.

A troca do SBT pela Record e as decepções do domingo fizeram bem ao apresentador. Mais maduro na postura, Augusto Liberato alcançou um ponto muito equilibrado para abordar seus entrevistados. Sabe como se mostrar comovido com o que ouve, sem exagerar em lágrimas, risos ou caretas. O apelo sensacionalista da entrevista ficou por conta da edição, com vinhetas que, a cada assunto abordado pela entrevistada, estampavam na tela o tema a seguir, com a imagem da moça devidamente congelada. Some a isso uma trilha sonora de suspense, bem alinhavada às imagens, e tem-se ali uma entrevista espetáculo, reforçada pela relevância de um desses casos emblemáticos que habitam por décadas a memória da nação.

A cena toda de Tremembé deu ao espectador noções da chegada da equipe e de toda a segurança máxima praticada no local. São bastidores que só aquecem a expectativa pela aparição da detenta. Reparamos nos cílios, devidamente maquiados, mas o próprio Gugu chama isso à tona e fala sobre vaidade, antes de entrar nos detalhes do crime e na relação com o irmão.

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É claro que a edição tem o aval do entrevistador, mas ele, em si, não cai na cilada de ser o motor apelativo da cena. Não houve nada que desabonasse, no sentido jornalístico, a postura dele, do modo físico ao conteúdo das perguntas.

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Durante a cena ao vivo no palco, com transmissão direta de seus estúdios, em Alphaville, Gugu fez lembrar o modo Hebe de circular pelo auditório, ao ser flagrado, de novo com conivência não denunciada, flertando com as senhorinhas da primeira fila, enquanto o convidado cantava.

Hoje tem mais Suzane, agora acompanhada da namorada. Páreo difícil para o comendador José Alfredo, do outro canal. É certo que Gugu não terá um Leonardo, cantor que prestigiou a estreia, ao vivo, com o filho, e uma entrevista gravada com alguém do perfil de Suzane toda semana. Mas, para começar a avisar o público de que estará presente nas noites da semana da Record, já é um bom começo.

 

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