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Classificação, a novela

Por Cristina Padiglione
Atualização:

Estamos a postos, senhores.

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Leio agora na coluna de Mônica Bergamo, Folha, sobre o esforço do diretor da Central Globo de Comunicação, Luiz Erlanger, em coletar assinaturas em manifesto contra a classificação que eles, na Globo, chamam de "impositiva".

É um caminho, quem sabe, para amolecer ainda mais o já caridoso coração do ministro Tarso Genro junto aos radiodifusores. Não que o texto não seja passível de discussão e alterações, ao contrário, a questão comporta todo o debate do mundo. O que não se pode tolerar é essa confusão que as emissoras tentam imprimir na mente de sua platéia, e de seus próprios artistas, entre censura e classificação.

Ainda outro dia, ator de primeiro time da Globo, figura esclarecidíssima justificou sua posição, contrária à classificação nos termos da nova portaria, argumentando que aqueles diálogos entre Lília Cabral e o neto em "Páginas da Vida" jamais seriam possíveis pelo novo texto. Engano. No quesito conteúdo, os critérios são os mesmos da portaria anterior, a 796, de José Gregori. Ressalva-se apenas o respeito ao fuso horário local, o que não acontece atualmente e contra o que as emissoras mais brigam dessa vez. De todo modo, não há nada que a nova portaria vete; o máximo que pode acontecer é que se classifique para 22h ou 23h, em vez de 20h ou 21h, algo considerado mais tenso para crianças e adolescentes. Como, aliás, se dá em qualquer país civiliado do planeta.

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