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Cinquentinha tem ritmo

Por Cristina Padiglione
Atualização:

Não vi "Cinquentinha" com a atenção que eu gostaria de ter visto para cá alinhavar algumas linhas sobre a nova minissérie de Aguinaldo Silva. E estava esperando pelo capítulo de hoje para me jogar. Mas não é que todos que vieram me cobrar uma opinião disseram ter adorado o produto?

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Vi a cena da Marília Gabriela com a Angela Vieira, e devo dizer que foi feita prezando a diversão do telespectador, longe daquela neura de televisão em massa que precisa se apegar à tal delicadeza para filmar uma relação homossexual. E que coragem, a da Gabi, ao se permitir ser filmada com aquele lençol ao meio da cintura, sutiã sendo abotoado em cena, enquanto a câmera a focava pelas costas e ela ia saltitando numa perna só até vestir a calça! Todos os defeitos dos corpos mais irretocáveis são suscetíveis a uma sequência como aquela. A mulherada do lado de cá da tela ficou a procurar aquelas dobrinhas/pneuzinhos que começam a brotar nas costas femininas ali pelos 50 (quando não pelos 40), mas jamais ausentes aos 60, patamar etário da dona Gabriela. E não é que a gente não viu nadica de nada? Inconformadas, algumas me perguntavam, ainda há pouco: ela teve dublê para a tal sequência? Houve truque de edição? Sinceramente, não parecia algo fake. Não que os retoques de edição sejam impossíveis, mas questionar a Globo sobre isso seria muito indício de inveja, né não? Acho que a Gabi é mesmo tudo aquilo e tá muito bem na fita, vamos aplaudir.

Betty Lago é pura diversão, idem a Maria Padilha, e mais ainda a Susana Vieira, que, ao interpretar uma atriz ávida por flashes, ligeiramente perua, recusa-se a admitir que os papéis criados por Aguinaldo Silva foram feitos sob medida para cada uma.

Aguinaldo tem fôlego na narrativa, é quase impossível mudar de canal. Que venham novos capítulos.

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