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Uma conversa com Karl Bartos, do Kraftwerk

Fabrício Carvalho - do blog Astronauta Pinguim

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Por Redação
Atualização:

Karl Bartos nasceu em Berchtesgaden (uma pequena cidade nas álpes da Bavária, sul da Alemanha) no dia 31 de maio de 1952. Frequentou o Conservatório Estadual de Música da Renânia e também o Instituto Robert Schumann, na cidade de Düsseldorf. Em 1975, um dos professores de Karl disse que ele havia recebido um telefonema de um homem procurando por um percussionista, com formação erudita. Karl retornou o telefonema. O homem no outro lado da linha era Florian Schneider e logo Karl estava dentro do famoso Kling Klang Studio, com seu vibrafone. Em pouco tempo, Karl Bartos passou a ser um dos quatro membros da formação clássica do Kraftwerk!

Entre 1975 e 1990 Karl gravou cinco álbuns com o Kraftwerk - Radio Activity (75), Trans-Europe Express (77), The Man Machine (78), Computer World (81) Electric Cafe (86) - e, com o quarteto, formatou a base de quase todos os gêneros musicais que surgiram nas décadas seguintes, da disco music ao hip-hop, do synthpop ao electro-rock, do techno-pop à house music e da dance music de volta ao minimalismo, gêneros extremamente populares hoje em dia. Esses quatro rapazes de Düsseldorf - sim, eu me atrevo a compará-los aos outros quatro garotos de Liverpool, até porque o Kraftwerk é para mim o equivalente ao que os Beatles são para as outras pessoas - mudaram milhões de mentes e apresentaram ao mundo um novo tipo de música e estética. E tudo isto com um grande senso de humor! Mais do que os robôs que eles afirmavam ser em uma cançãochamada "Die Roboter", os quatro rapazes alemães são seres humanos reais, com um senso de humor ótimo e muito específico (mesmo que, por muitas vezes, bastante pessoal e esquisito).

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O novo álbum de Karl, "Off The Record", foi lançado no dia 15 de março de 2013. Ele contém músicas compostas e/ou originalmente idealizadas entre 1975 e 1993. Karl pegou estas idéias e deu vida às 12 faixas que compõem o novo trabalho, utilizando seus sintetizadores analógicos e originais de época. A primeira faixa, "Automium" - lançada um mês antes de "Off The Record" - já mostrava exatamente o que o álbum todo significa: Karl Bartos fazendo o que melhor sabe fazer. É interessante ouvir o álbum, pelo menos uma vez, sem pensar em Karl Bartos como um ex-membro do Kraftwerk. Talvez esta seja a melhor maneira de conceber que a música criada por este homem não depende do fato de ele ter sido um Kraftwerk. Mas mesmo quando você ouvir o álbum pensando em Karl como um membro do Kraftwerk, também vai notar que algumas das maiores canções da banda tinham (ou eram) idéias do Karl!

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