Estadão
30 de dezembro de 2012 | 21h00
Marcelo Moreira
Uma banda nacional de heavy metal que durou apenas três anos em sua fase áurea conseguiu algo que nem mesmo alguns astros internacionais conseguiram em São Paulo: lotar uma casa de shows, ainda que pequena, em pleno dia 23 de dezembro.
A reunião do Symbols foi bastante despretensiosa. Era a comemoração dos 15 anos de criação do grupo, e o show seria único, já que o baterista Rodrigo Mello mora hoje nos Estados Unidos e não trabalha diretamente com música. Os outros quatro integrantes também têm suas prórias ocupações e projetos.
É inútil brigar contra a notícia: boa parte dos mais 500 espectadores que lotaram o Manifesto Bar, na zona sul de São Paulo, foi atraído pela presença sempre interessante do cantgor Edu Falaschi, ex-Angra e atual Almah. Junto com o irmão, o baixista e vocalista Tito Falaschi, deu forma ao Symbols em 1998 e ajudou a arquitetar a reunião, com a ajuda do guitarrista Demian Tiguez.
A banda ensaiou o suficiente para fazer um bom show de metal, mesclando o melódico e o progressivo de forma bem coesa e equilibrada.
Descontando o pouco tempo de ensaios e o triste evento do dia anterior – a mãe dos irmãos Falaschi morrera no interior de Minas Gerais após longa enfermidade -, o Symbols soou entrosado e bem melhor ao vivo do que nos dois álbuns com a formação clássica, lançados entre 1998 e 2000.
Havia muitos fãs de longa data do próprio symbols, que cantaram todas as músicas sem errar as letras. Um deles veio de Buenos Aires somente para o evento nas vésperas do Natal.
Houve bons momentos, como na pesada “Call to the End”, no hit “What Can I Do” e na quase balada “Hard Feelings”. O metal progressivo ficou por conta das épicas “Power Machine” e “Sons of Lord”, bem como na acelerada “Eyes in Flames”.
Bastante agradável e intenso, o show divertiu bastante público e banda, direito a canjas e participações especiais. Após o show, ficaram as perguntas: como uma banda desta qualidade não fez sucesso? Por que essa formação não continua pelo menos por amis alguns shows, como fez o Viper em 2012?
Tito Falaschi, nos bastadores, ficou bastante empolgado e já não descartava novos shows ou até mesmo “outros projetos” com o Symbols. Seu irmão Edu estava mais comedido, até em razão de sues próprios compromissos, já que o Almah, criado por ele, hoje é uma banda internacional.
“Não há como fazermos novos shows em 2013, não conversamos sobre isso. Cada um tem suas atividades profissionais, ligadas ou não à música. Além disso, o Mello mora nos Estados Unidos, não faz sentido uma reunião com a formação clássica sem ele. Foi um evento mais do que maravilhoso e isso é o que vai ficar nas mentes dos fãs e nas nossas. Quem sabe possamos retomar o contato e fazer algo no futuro, mas no momento não vejo como”, disse Edu quando atendia aos fãs no andar de cima da casa noturna.
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