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Som Livre lança Black Country Communion no Brasil

Marcelo Moreira

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Por Redação
Atualização:

Muita gente já havia perdido as esperanças. O Black Country Communion, supergrupo que começou como um projeto, mas que virou banda com dois álbuns e um DVD desde 2010, só teria seus trabalhos vendidos no Brasil por meio de peças importadas por lojas tradicionais do gênero ou por meio de compra em lojas virtuais internacionais - na Galeria do Rock, em São Paulo, o DVD "Live Over Europe" importado custa R$ 95, em média.

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Mas eis que o improvável aconteceu. A Som Livre, braço musical da Rede Globo, anunciou sem muito estardalhaço que vai licenciar todos os produtos do Black Country Communion no Brasil em novembro, com preços compatíveis com o mercado nacional - pelo menos essa é a promessa.

A notícia é ótima, já que a banda é uma das mais cultuadas entre os roqueiros da atualidade. A formação é um dream team do classic rock e do hard rock: Glenn Hughes como baixista e vocalista (ex-Deep Purple e Black Sabbath), Joe Bonamassa nas guitarras, Jason Bonham na bateria (filho de John Bonham, do Led Zeppelin, e que já tocou com gente como UFO e Foreigner) e o tecladista Derek Sherinian (ex-Dream Theater).

O primeiro álbum da banda foi considerado um dos 20 melhores do ano de 2010. "Black Country Communion 2", deste ano, fatalmente ingressará em qualquer lista séria dos melhores ao final do mês de dezembro.

Especializada em música brasileira e música pop internacional, a gravadora carioca surpreende pelos lançamentos programados para este final de ano em CD. Vai licenciar os trabalhos da banda queridinha do hard pop norte-americano, Rival Sons - com destaque para o mais recente, "Pressure  & Time" -, e duas obras-primas do mago do blues rock Joe Bonamassa, um dos pilares do Black Country Communion: "Dust Bowl", seu mais recente álbum, lançado no primeiro semestre nos Estados Unidos, e pacote CD/DVD "Live at he Royal Albert Hall", imperdível.

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Marcelo Soares, diretor-geral da Som Livre, tem uma explicação interessante para continuar investindo em CD e DVD, e ainda por cima em artistas e gêneros não muito populares autalmente. "Se o critério for puramente econômico, provavelmente não vale a pena. Nossos lançamentos não chegam a perder dinheiro, mas deixam uma margem muito pequena. Fazemos pela música, porque gostamos de rock, porque queremos deixar aberta uma porta para os fãs que gostam de rock na boa experiência física do CD."

O executivo não floreia quando relata o modo como a sua empresa define os critérios para decidir por lançamentos, sejam inéditos ou coletâneas: gosto pessoal e relevância musical. "Nada mais técnico do que isso. Lançamos aquilo de que gostamos, o que nos emociona. Como sabemos que existe por aí um grupo de pessoas que compartilha esse gosto conosco, ainda temos a satisfação de trazer esses produtos a um preço mais razoável que os caros importados."

Soares saúda a grande a quantidade de produtos independentes hoje no mundo, que oferece um bom leque de opções, e garante: se pudesse, faria muito mais. "Existe uma quantidade imensa de excelentes artistas de rock que não chegam ao Brasil porque têm contratos com majors que acabam por não fazer o lançamento físico aqui. "

Para os fãs de produtos especiais, diferenciados e limitados, ainda que sejam mais caros, a Som Livre deixa uma porta aberta para que, ao menos, possam ser lançados um dia no Brasil pela gravadora. Marcelo Soares acredita que o conteúdo especial que sai como edição limitada junto ou logo após o lançamento principal é a forma que o mercado encontrou de oferecer um valor adicionado um pouco mais difícil de ser substituído por um download pirata.

"Quando falamos de um lançamento internacional no Brasil, é provável que esse tipo de diferencial seja ainda maior já que a diferença de tempo entre o lançamento original e o lançamento no Brasil é grande. Esse é um problema que nós precisamos batalhar para corrigir, não é fácil, as negociações de licenciamento hoje são muito lentas", diz o executivo.

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Entre as demais opções que a Som Livre está colocando no mercado para este Natal estão dois produtos que alcançaram boas vendas nos Estados Unidos: "Pressure & Time" é o novo trabalho da banda Rival Sons, que mistura hard rock, rock alternativo e um pouco de rock sulista - há uma certa veia pop que talvez não agrade os mais puristas; a outra opção é bem mais manjada, "Tough Love", uma coletânea de baladas do Aerosmith.

A surpresa foi o relançamento em CD de uma pérola do rock progressivo brasileiro dos anos 70, "Depois do Fim", da interessante banda Bacamarte, cujo som destoava do rock que se fazia por aqui na época. Já em DVD o destaque fica para "Live in London", do Duran Duran, que surpreendeu e fez um bom show na última edição do Festival SWU, em Paulínia.

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