Seven Deadly traz o UFO despretensioso e agradável

Marcelo Moreira

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Fazer rock com prazer aos 60 anos de idade e sem ter de dar muitas satisfações não é para qualquer banda. Os ingleses do UFO, ícone do hard rock dos anos 70, ignora as dificuldades de mercado e a crescente queda nas vendas de música para trazer mais um pouco de música bem feita e agradável com o seu novo álbum, "Seven Deadly", recém-lançado.

PUBLICIDADE

Berço de grandes guitarristas e de intermináveis confusões e brigas internas, o grupo sempre consegue sair das trevas e ressurgir com força. "Conseguimos encontrar paz e tranquilidade desde o álbum passado e estamos em uma fase de boas ideias. Esse álbum é uma amostra disso", disse Andy Parker, o baterista, ao site inglês Powerline.

Sem o baixista e fundador Pete Way, ainda se recuperando de problemas de saúde ligados a excesso de bebidas e drogas, o quarteto atual evitou modernizar demais o som de seu hard rock poderoso, assim como havia feito em "The Visitor", de 2009.

 Foto: Estadão

As guiarras de Vinnie Moore e Paul Raymond (também tecladista) estão mais limpas e mas pesadas, mas nada que afete a sonoridade característica setentista do grupo. O vocalista Phil Mogg está mais contido, menos incisivo, talvez em razão dos anos de cantoria veloz e berrada. Neste seu modo um pouco diferente de cantar, Mogg mostra bastante versatilidade e bom gosto, sem ligar para a busca desenfreada de timbres mais altos ou graves forçados.

Com o baixo dividido nas gravações entre Raymond, Moore e o convidado Lars Lehmann, o que temos é um "Seven Deadly" coeso e sem excessos, mas bluesy do que nunca, com músicas bem simples e agradáveis.  A produção enxuta de Tommy Newton ajuda a ressaltar basicamente as linhas melódicas e fraseados bem construídos de pauladas como "Fight Night" e "The Last Stone Rider", assim como em preciosidades como "Other Men's Wives".

Publicidade

Criada em 1969 por Way e Mogg, o UFO teve a sua melhor fase entre 1972 e 1979, quando contou com o guitar hero alemão Michael Schenker e gravou suas melhores músicas, como "Lights Out", "Doctor, Doctor", "Too Hot to Handle" e "Rock Bottom".

  Foto: Estadão

Schenker ainda voltaria duas vezes para o grupo entre 1995 e 2005, mas as constantes brigas e discussões nunca deixaram a formação clássica se reunir novamente para mais do que um álbum de estúdio.

Longe das derogas e da bebida há quase dez anos, o guitarrista alemão continua fazendo shows e lançando seus álbuns - esteve no Brasil duas vezes desde 2009. Seu próximo álbum, a ser lançado no final do ano, terá Pete Way como convidado especial.

Lista de músicas

01. Fight Night 02. Wonderland 03. Mojo Town 04. Angel Station 05. Year Of The Gun 06. The Last Stone Rider 07. Steal Yourself 08. Burn Your House Down 09. The Fear 10. Waving Good Bye 11. Other Men's Wives 12. Bag O' Blues

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.