Projeto Phenomena recria o cenário hard trash dos anos 80

Marcelo Moreira

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Por Redação
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A parte trash dos anos 80 envolveu, na parte musical, entre outras excrescências, a popularização de músicas aleatórias que ganhavam muito mais projeção do que mereciam ao aparecerm em propagandas de cigarro nos Estados Unidos e no Brasil. Quem não se lembra das ótimas passagens de esportes radicais associadas aos fumo do cigarro Hollywood, da Souza Cruz?

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Vários grupos ganharam um fôlego extraordinário no Brasil ao terem suas músicas como trilha do Hollywood - Survivor, Journey, Whitesnake e alguns outros. Entretannto, poucos se lembram do Phenomena, que ficou mundialmente conhecido com "Did It All For Love, hit cantado pelo baixista John Wetton (Asia, ex-Uriah Heep e King Crimson).

Um dos maiores sucessos das propagandas do Hollywood, o Phenomena era um projeto comandado pelos irmãos ingleses Tom e Mel Galley (este guitarrista do Trapeze, grupo que revelou Glenn Hughes, e também do Whitesnake).

A ideia era simples: aproveitar a explosão do hard rock e do hard pop em meados dos anos 80, usar o que de mais moderno e excessivo nas produções e chamar medalhões do rock para atrair mais público classic rock, o que daria maior "credibilidade".

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Deu certo em 1985 e e rendeu três álbuns até 1990, embora a qualidade seja bastante questionável. Quatro anos depois, o guitarrista Tom Galley ressuscita o projeto com o álbum "Blind Faith", já sem o irmão, morto em 2008 de câncer no fígado.

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O álbum chega em outubro às lojas e traz a fórmula que consagrou o projeto e rendeu milhões de cópias vendidas há 25 anos: música comercial bem feita, bem arranjada, e com convidados de peso. O resultado é irregular, mas é melhor do que "Psychofantasy", de 2006.

Para o novo CD os músicos fixos são Martin Kronlund (guitarras e baixo), Jim Kirkpatrick (guitarras), Imre Daun (bateria), Dan Helgesen (teclados) e Henrik Thomsen (baixo). Entre os convidados aparecem Tony Martin (ex-Black Sabbath), Mike DiMeo (ex-Riot e Masterplan), Steve Overland (ex-FM), Ralf Scheepers (Primal Fear, ex-Gamma Ray) e Mat Sinner (Primal Fear e Sinner).

Escute "The Sky is Falling", com os vocais de DiMeo, provavelmente a faixa mais pesada, com a participação do guitarrista virtuoso Stefal Lindstrom, e "Liar", mais hard rock, com o mesmo Lindstrom e Tony Martin cantando.

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Nada, evidentemente, que se compare ao bom "Phenomena", o primeiro do projeto, lançado em 1985 com a presença de cantores notáveis, como Glenn Hughes (ex-Deep Purple e Black Sabbath), e instrumentistas do naipe de Cozy Powell (bateria, ex-Rainbow, Jeff Beck Group e Emerson Lake and Powell), Neil Murray (baixo, ex-Black Sabbath e Whitesnake) e Don Airey (teclados, atual Deep Purple).

"Phenomena II", de 1987, outro mega-sucesso, trazia novamente Glenn Hughes, Ray Gillen (ex-Black Sabbath e Badlands), John Wetton baixo, Scott Gorham (guitarra, ex-Thin Lizzy) e Max Bacon (ex-GTR). "Phenomena III - Inner Visions", teve a participação de ninguém menos do que Brian May, guitarrista do Queen.

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Para quem gosta de hard rocm mais puxado para o pop, e bem feito, é um bom álbum. Para os mais radicais, que gostam de coisas mais pesadas, vale pelas duas faixas já citadas.

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