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Os 20 anos de estrada do Pearl Jam em bom documentário

Mark Blinch/Reuters   Nelio Junior - O Estado de S.Paulo - ESPECIAL PARA O ESTADO, DE TORONTO

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Por Redação
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 Cerca de 18 mil pessoas lotaram o Air Canadá Centre no último domingo para comemorar as duas décadas de sucesso de uma das bandas mais idolatradas no mundo do rock - o Pearl Jam. Com fãs de várias idades e nacionalidades reunidos, a viagem ao universo musical começou exatamente as 21h, com um Eddie Vedder emocionado cantando The Long Road, sucesso de 1995, ao lado de Stone Gossard, Mike McCready, Jeff Ament e Matt Cameron.

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A luz azul que passeava pelo palco, simples para os padrões atuais das grandes turnês, evidenciou o controle que Vedder tem sobre o seu público. Sem telões, pirotecnia e efeitos. Só a banda e os fãs que entoavam o refrão "é a evolução, baby" presente em Do the Evolution.

Para a alegria de quem viajou longas distâncias para conferir o show, a festa estava apenas começando. Vedder trouxe sucessos que entraram para a galeria de clássicos.

Black, Once, Crown Of Thorns, Alive, Not For You, Daughter? entre um e outro gole de cerveja estrategicamente posicionada no palco, o vocalista do Pearl Jam continuou dando aos fãs aquilo que eles mais queriam - motivos para comemorar junto com a banda o seu aniversário.

"Estou feliz pelos 20 anos que se passaram, mas já comecei a trabalhar para os próximos 20 anos que estão por vir", disse Vedder para a multidão presente. Entre os fãs, muita empolgação de quem acompanhou a trajetória até aqui. "É uma oportunidade única. Eu cresci ouvindo esses caras", contou o estudante americano Joshua Ryan. Opinião compartilhada pelo engenheiro John Lanier. "Eu e minha esposa acompanhamos a banda desde o início. Hoje é um dia especial", disse.

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Mas o melhor da noite ficou por conta de Rockin' In The Free World, última canção do show e um grande sucesso na voz de Neil Young. A música cresceu em um ritmo alucinante com um Eddie Vedder rejuvenescido 20 anos, pulando sobre as caixas de som e se jogando no chão do palco.

 Foto: Estadão

 Tudo caminhava para um final previsível - embora contagiante- quando, de repente, um sexto elemento junta-se ao grupo e divide o som com a banda.

O público, surpreso, demora a compreender que aquele senhor de chapéu branco esbanjando vitalidade é na verdade o próprio Neil Young que veio encerrar o show e comemorar junto com todos os presentes. Todos no estádio reverenciam o momento histórico e, mesmo com as luzes do ginásio já acesas indicando a hora de ir embora, continuam cantando e acompanhando os seus ídolos.

Mas como até as melhores festas chegam ao final, após 2 horas e 28 minutos, o show terminou deixando na memória de cada um o seu momento especial com uma banda que mesmo após duas décadas de estrada ainda é capaz de lotar suas apresentações e tocar o seu público.

A expectativa agora volta-se para o Brasil onde a turnê de aniversário desembarca após percorrer ainda algumas cidades do Canadá. Cinco shows estão agendados em novembro começando por São Paulo (dias 3 e 4) e seguindo para o Rio (dia 6), Curitiba (dia 9) e Porto Alegre (dia 11).

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"Estamos indo em sua direção (para o Brasil) e estamos sinceramente animados e ansiosos por isto", afirmou o vocalista Eddie Vedder com exclusividade ao Estado. Ao observar a correria na compra dos ingressos para os shows do grupo no Brasil, pode-se afirmar que público e ídolo partilham a mesma expectativa.

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Condensar 20 anos de estrada do Pearl Jam em 120 minutos foi resultado de um trabalho, no mínimo, privilegiado. Para realizar Pearl Jam Twenty, documentário que estreou no último sábado no concorrido 36° Festival Internacional de Cinema de Toronto, o diretor e roteirista vencedor do Oscar Cameron Crowe (Quase Famosos) teve acesso, como amigo pessoal dos integrantes, a cenas exclusivas da banda.

Da chegada de Vedder ao grupo, passando por shows marcantes e cenas de bastidores, o filme vai mostrando como o Pearl Jam passou de uma "banda grunge de Seattle" para um sucesso mundial com mais de 60 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Há também momentos trágicos vividos pelo grupo no Festival de Roskilde (2000), onde nove fãs da banda morreram pisoteados durante um show, além da emblemática luta contra a Ticketmaster. O filme mostra ainda a relação da banda com outros grupos como o Nirvana e Soundgarden e posiciona a sua influência no nascimento do movimento grunge no início dos anos 90.

Pearl Jam Twenty, entretanto, disputa a atenção da crítica mundial com outros dois documentários também lançados no Festival: From the Sky Down, filme de Davis Guggenheim sobre o U2, e Neil Young Life, dirigido por Jonathan Demme. Entrecortado por depoimentos e imagens exclusivas selecionadas de mais de 1.200 horas de gravação, o documentário promete agradar aos fãs mais apaixonados. A estréia mundial de Pearl Jam Twenty está marcada para 20 de setembro e cerca de 30 salas de cinema no Brasil vão exibir o filme.

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