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O verão de Eliane Elias

Antonio Gonçalves Filho

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Por Redação
Atualização:

Lançado no ano passado nos EUA, Light My Fire recebeu críticas positivas nos principais jornais (The New York Times) e revistas (Down Beat). No entanto, a expectativa dos críticos norte-americanos parecia mesmo a de ter um disco para ouvir no verão, como sugere a Down Beat. Light My Fire é justamente isso.

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altou um produtor para que o CD da cantora e pianista Eliane Elias resistisse além de uma temporada. O primeiro impedimento à perenidade é o repertório incoerente.

s composições são inconciliáveis. Chamar Gil para um dueto em Aquele Abraço e programar como faixa seguinte Light My Fire, megahit de Jim Morrison, é uma inconsequência, agravada pelo cover dianakralliano e o arranjo bossanovista. A incômoda proximidade com Diana Krall (também boa pianista e cantora, como Eliane Elias) não se limita à emulação do estilo musical.

s roupas e os cabelos cuidadosamente despenteados são os mesmos. Mais uma vez: falta um produtor num disco que tem instrumentistas como Romero Lubambo e músicos que são também ótimos arranjadores (Oscar Castro-Neves).

É frustrante a tentativa de recriar a clássica Take Five com um vocalise na linha de Gary McFarland, trocando as invenções do piano de Brubeck pelo baixo do marido Marc Johnson e o trompete de Randy Brecker. Uma diluição da verve experimental do compositor Paul Desmond. Além disso, que falta faz Teo Macero.

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