O Terno: entre maluquices e quadradices

PEDRO ANTUNES

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Por Redação
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Foi escondido em seu quarto que Martim Bernardes, o Tim, então aos 17 anos, começou a compor suas músicas. Embalado por Beatles, Kinks e Mutantes, ali, na companhia de sua guitarra, enfrentava um embate interno: o que tocar, como fazer, que estilo seguir? "Se eu fizesse de um jeito, iam comparar com aquilo; se fizesse de outro, seria outra a comparação", lembra o paulistano Bernardes, hoje com 21 anos. Da inquietude veio 66, canção com tino para hit que dá nome ao primeiro e recém-lançado disco da banda O Terno (R$ 22,90).

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"Então não sei o que eu devo fazer / Pois se eu fizer bem quadradão /Vão me chamar de quadradão / Mas se eu fizer muita loucura vão dizer que eu tô maluco / E desse jeito você nunca vai ser muito popular", diz o fim da letra, num misto de pop com a vanguarda paulistana, alternando andamentos rápidos e lentos, caminhando numa linha tênue entre a ironia e o sarcasmo. De um jeito divertido, ele e Guilherme "Peixe" (baixo) e Victor Chaves (bateria) acharam a simbiose daquilo que mais gostavam, sem se importarem se "quadradão" ou "maluco".

66, a música, ganhou um videoclipe esperto sob a direção de Gustavo Moraes e Marco Lafer, que tiveram a ideia de colocar os garotos cantando dentro das piscinas do Pacaembu. Como clipe, O Terno venceu a eliminatória de junho para a categoria Aposta MTV, no próximo VMB. "Foram três dias mergulhando", lembra.

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O álbum de estreia d'O Terno relembra a fase pela qual a banda passava em 2009, quando Bernardes e "Peixe" chamaram Chaves para compor o power trio, experimentando sonoridades com um punhado de músicas próprias e algumas canções do pai de Tim, Maurício Pereira, cantor, compositor e saxofonista, com respeitada carreira solo e com Os Mulheres Negras (duo com André Abujamra).

"Quando estávamos mexendo e brincando com nossas músicas, meu pai nos chamou para fazer um show com ele", conta. "Ele disse que poderíamos escolher qualquer música e fazer o que quiséssemos com ela."

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Em razão disso, 66, o disco, traz uma espécie de lado A e de B, com cinco canções de Tim e cinco de Maurício Pereira. Uma brincadeira com os antigos vinis que tanto fazem as cabeças desse trio de 20 e poucos anos e confere a O Terno uma divertida atemporalidade.

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