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O stoner rock em alta com o Spiritual Beggars

Marcelo Moreira

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Por Redação
Atualização:

Um movimento "revivalista" que se renova a cada ano. A contradição explícita é a melhor definição para o stoner metal, o subgênero que tenta recriar o rock pesado e datado dos anos 70, tendo sempre Black Sabbath, Blue Cheer e Uriah Heep, entre outros, como referência.

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Se há a vertente mais pop e mais acessível, como as bandas Queen of the Stone Age e Wolfmother, existem também as tradicionalistas e puristas, que formam a maioria das integrantes do subgênero.

No mar imenso de bandas que surgiram no estilo, talvez a mais representativa, justamente por reunir em seu trabalho todos os ingredientes do stoner rock, é o quinteto sueco Spiritual Beggars, que chega ao sétimo álbum neste final de 2010, "Return to Zero".

 Foto: Estadão

Foram cinco anos sem gravar. Começou como um projeto paralelo de vários amigos que integravam bandas grandes de metal extremo, gente famosa na cena metálica europeia, como Michael Amott, o mentor e líder da banda alemã Arch Enemy - apesar de ser sueco.

Com o tempo o que era apenas um projeto se transformou em uma banda bem-sucedida e requisitada em festivais na Europa. Vendendo bem e cada vez mais solicitada, os integrantes ficaram em uma encruzilhada: investir no stoner rock e no Spiritual Beggars ou voltar ao detah metal?

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Até onde conseguiram, forma tentando conciliar os vários compromissos. O vocalista Janne "JB" Christoffersson, por exemplo, deixou de forma amigável os amigos para se concentrar somente no Grand Magus, outra excelente banda de stoner metal sueca.

O substituto é o grego Apollo Papathanasio, de currículo modesto na Europa, mas de voz poderosa e timbre perfeito para o estilo.

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O Spiritual Beggars agora soa mais pesado e cada vez imerso no som setentista. O tom melódico da voz de Papathanasio fez o resto da banda também mudar e a sonoridade desse álbum lembra em muitos momentos o Black Sabbath da fase Tony Martin - execrado pelos fãs, mas respeitado por qualquer músico e fã inteligente que se preze.

O mergulho profundo ao hard rock dos anos 70 fica explícito na excelente versão de "Time to Live", do Uriah Heep, uma versão improvável para uma ótima canção, mas que não é destaque na discografia dos ingleses - está no álbum "Salisbury", de 1971.

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"Lost in Yesterday" e "Star Born" remetem diretamente ao Black Sabbath, com suas sonoridades densas. "The Road Less Travelled" é uma balada excelente, com seu tom melancólico e arrastado, mas com letra extremamente bem feita.

"A New Dawn Rising" provavelmente é a melhor do álbum, por mais estranho que pareça, já que destoa um pouco da pegada hard setentista. Tem uma sonoridade mais moderna, muito próxima do heavy metal, com guitarras pesadas e cortantes.

O stoner rock é desprezado por gente pobre de espírito, que consideram o subgênero como música "velha e retrógrada". Coisa de gente pouco instruída. Seja como for, parece que há cada vez mais gente interessada em coisas velhas e retrógradas.

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