O futuro do Dream Theater sem Portnoy

Marcelo Moreira

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Por Redação
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Mike Portnoy está fora do Dream Theater. Impensável e inimaginável até duas semanas atrás, a notícia foi divulgada pelo próprio baterista no site da banda anteontem, dia 8 de setembro, em longo texto. Ao lado de John Petrucci, era o dono do grupo, responsável pela maioria das letras das músicas, por metade das composições e pelo gerenciamento e administração da "empresa".

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As pistas de que alguma coisa não ia bem foi uma entrevista de Petrucci a uma rádio de Los Angeles, há dois meses, quando relatava os planos da banda para o próximo álbum, que começará a ser gravado em janeiro de 2011, "com todos os integrantes, espero, e com foco total".

Ele não explicou a que se referia, mas revelou certa contrariedade com o lançamento do novo trabalho da banda Transatlantic neste ano, "The Whirlwind", um projeto paralelo de Portnoy com os amigos Neal Morse (vocal, guitarra e teclados, ex-Spock's Beard), Pete Trewavas, baixista do Marillion) e Roine Stolt (guitarrista e vocalista do Flower Kings).

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Petrucci deu a entender que o amigo baterista estava mais focado em outros projetos, o que acabou se confirmando quando Portnoy aceitou tocar com a banda Avenged Sevenfold em sua turnê deste ano - é uma das atrações do festival SWU, que ocorre em Itu em outubro deste ano.

O comunicado de Mike Portnoy anunciado a sua saída do Dream Theater, apesar de emotivo, foi bastante delicado e a todo momento deixou claro que decisão, irrevogável, foi pessoal, mas sem traumas, "na boa e de forma amigável", como frisou.

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Ele cita como motivos para a saída o desejo de se dedicar a outros projetos por conta de um desgate nas engrenagens do Dream Theater, "após 25 anos liderando e trabalhando 24 horas por dia pela banda".

"Estou me divertindo mais tocando com o Avenged Sevenfold e com o Transatlantic. Quanto isso acontece, é sinal que se deve parar e repensar o que estamos fazendo", exlicou o baterista. "Sugeri que déssemos uma pausa para relaxamento e descanso, mas os outros caras não concordaram. E eu respeito isso, eles estão em outro pique, então empolgados com a banda e estão cheios de ideias. Preferi sair numa boa a me tornar um estorvo dentro do grupo. Todos são meus amigos e eu os amo. Quero o melhor para eles."

Um dia depois da divulgação da nota de Portnoy, os remanescentes - Petrucci (guitarra), John Myung (baixo), Jordan Rudess (teclados) e James LaBrie (vocais) - distribuíram um comunicado oficial lamentando a decisão do baterista, mas desejando o melhor para a sua carreira, e reafirmaram que pretendem continuar a todo vapor, inclusive mantendo o cronograma de início das gravações do novo álbum para janeiro próximo. Entretanto, ainda não decidiram pelo substituto de Portnoy.

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Em sites de música norte-americanos, fóruns de fãs e blogs diversos começaram a surgir na tarde de ontem dois nomes com muita frequencia: Joey Jordison, baterista do Slipknot, e o brasileiro Aquiles Priester, ex-Angrea e atual Hangar. Tudo especulação, é claro.

Portnoy criou a banda em 1985 com John Petrucci e John Myung, também alunos de uma respeitada escola de música nos Estados Unidos. Muito jovens, tiveram paciência com o Majesty, primeiro nome do Dream Theater, até conseguir gravar o primeiro álbum, "When Dream and Day Unite", em 1989, com Charlie Domenici nos vocais e Kevin Moore nos teclados. O nome Dream Theater foi uma ideia do pai de Mike Portnoy.

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O sucesso veio já no segundo CD, "Imagens and Words", de 1992, já com LaBrie como vocalista. Apostando em uma mistura de heavy metal com rock progessivo bem equilibrada, com músicas longas e letras bem feitas e densas, transformou-se em uma das maiores bandas de rock da atualidade.

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