O bis de Cássia Eller

Roberta Pennafort / RIO

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Fevereiro de 2001. Um sítio na serra entre Teresópolis e Friburgo, região das mais bucólicas do estado do Rio, para dúzias de músicos, produtores e técnicos. Três semanas entre definições de arranjos, filmagens e ensaios duas vezes ao dia - e também de cervejada, baralho, churrasco, pelada, videogame e bate-papo.

PUBLICIDADE

Era para ser uma concentração no estilo Copa do Mundo. Como o craque do time era Cássia Eller, o clima era o mais relaxado possível. Revisitar aqueles "dias incríveis", como descreve Nando Reis, de "momentos inesquecíveis", nas palavras do baterista João Viana, está nos planos do documentarista Paulo Henrique Fontenelle.

Ele se prepara para rodar um filme sobre aquela que é considerada a maior novidade entre as cantoras brasileiras surgidas nos anos 90. As imagens de arquivo, entre elas, as do sítio da serra, registros íntimos da preparação para o CD Acústico MTV, que viria a ser o mais rentável de seus 20 anos de carreira (1,1 milhão de cópias), já estão na mão.

E também cenas do trajeto seguido pela cantora anônima de barzinho em Brasília até virar estrela de especiais de TV, presença explosiva nos palcos. Você verá a mãe de Chicão - que no dia de hoje faria 49 anos -, a companheira de Eugênia, a atriz, a Cássia Rejane da família itinerante (ela nasceu, floresceu e morreu no Rio, mas passou, na infância e juventude, por Belo Horizonte, Santarém, Brasília e São Paulo).

Publicidade

 Foto: Estadão

Em vez de sublinhar os dez anos de seu súbito desaparecimento, no dia 29 - 19 depois de completar 39 anos, vítima de um infarto -, Fontenelle quer esperar 2012, e os 50 anos de nascimento. O diretor ganhou a confiança de Chicão e sua (legitimada pela justiça) mãe com Loki - Arnaldo Baptista, seu premiado documentário de 2008.

"Eles desconfiaram do projeto no início, mas Loki ajudou, o Chicão gostou muito", conta. "Estamos terminando a pesquisa de imagens, para roteirizar em janeiro. A família e os amigos enviaram bastante material, tem muito VHS mofado. O filme vai ter todas as facetas da Cássia. Todo mundo tem boa vontade de falar sobre ela."

A ideia é voltar, com os mais próximos, aos lugares que marcaram sua vida. Como a casa em que morou, no Recreio, ao chegar ao Rio, e o sítio do guitarrista Walter Villaça, na antiga Rio-São Paulo. "Foram quase dez anos com ela. Com certeza vão surgir várias histórias", Villaça prevê.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.