Música e poesia com o bom gosto de Natalie Merchant

Marcelo Moreira

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Por Redação
Atualização:

Robert Buck é um guitarrista correto, tecnicamente inteligente e com boa pegada. Mas não tem o senso melódico e a criatividade do irmão Peter, mestre das seis cordas do R.E.M, que um dia foi ícone do mercado indie e dos que adoram o rock alternativo - hoje a banda é gigante.

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Entretanto, Robert tem a grande virtude de ter olhar clínico e de escolher bem seus companheiros de banda. Além do toque suave e da marcação precisa da melodia, tem como grande mérito a descoberta de uma menina bonita e tímida, mas com um vozeirão e uma postura simples de palco que preenchia qualquer vazio.

Natalie Merchant assumiu os vocais da maravilhosa banda 10.000 Maniacs, que tinha Robert Buck entre os líderes. Ela permaneceu durante 12 anos ao lado do grupo e estourou mundialmente com a versão de "Because the Night", música estupenda de autoria de Bruce Springsteen que foi sucesso nos anos 70 com Patti Smith. Sua carreira solo começou em 1993 e possui 4 álbuns até 2003.

Após 7 anos do lançamento de seu último disco, Natalie Merchant lançou neste ano "Leave Your Sleep", álbum duplo, que levou seis anos para ser produzido e é uma adaptação musical para textos de poetas clássicos e contemporâneos. No Brasil, chega agora pela Warner Music uma versão simples com 16 músicas.

 Foto: Estadão

O álbum é bem diversificado, indo do folk ao country, do bluegrass e até pop psicodélico, como na música "It Makes a Change". Liricamente, há de tudo: adaptações feitas de cantigas populares, poemas infantis ingleses e norte-americanos dos séculos XIX e XX e cânticos que redmetem ao blues.

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O folk é o ritmo dominante, área na qual a cantora de 47 anos é especialista - e que domina praticamente todo os seus trabalhos solo anteriores. "The King of China's Daughter" é um dos destaques, assim como The Man in the Wilderness", "Topsyturvey-World", "The Dancing Bear", "Calico Pie", "The Sleepy Giant", "The Blind Men and the Elephant" e "Griselda".

 Foto: Estadão

O maior sucesso comercial do 10.000 Maniacs acabou também sendo o derradeiro trabalho de Natalie com os colegas, com quem já tinha divergências a respeito do direcionamento artístico do grupo. "MTV Unplugged" , de 1993, vendeu horrores e colocou o sexteto no alto das paradas, mas a cantora já tinha acertado a sua saída de forma amigável da banda meses após o lançamento.

Seu primeiro álbum é Tigerlily, de 1995, mas a maturidade artística veio com "Ophelia" três anos depois, trabalho menos pop e mais intimista dedicado ao escritor Allen Gisberg. Também merece ser mencionado o ótimo "Motherland", uma pérola com canções folk tradicionais que recebeu elogios de várias revistas norte-americanas dedicadas ao gênero.

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