Morre Nenê Benvenuti, dos Incríveis

da equipe Combate Rock

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Por Redação
Atualização:

Um dos pioneiros do rock morreu nesta manhã de quarta-feira em São Paulo. Nenê Benvenuti morreu de câncer aos 65 anos de idade e foi guitarrista e baixista dos Incríveis e também tocou com alguns dos principais nomes da MPB e do rock nacional. Abaixo, um texto de Edmundo Leite, de O Estado de S. Paulo, em homenagem ao grande instrumentista e também ao importante grupo musical Os Incríveis.

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Nenê, 50 anos de rock!

O rock engatinhava no Brasil no finzinho dos anos 50 quando um empresário foi assistir ao ensaio de um dos primeiros conjuntos que se formavam em São Paulo seguindo a onda que tomava o mundo de assalto.

Um guitarrista faltou e, para não perder a oportunidade, os rapazes improvisaram. O baterista assumiu o lugar do guitarrista furão, mas precisavam de alguém para as baquetas. Não tendo outra opção, o  irmão caçula do baterista, que sempre ficava assistindo aos ensaios,  foi escalado. O improviso deu certo e, por sugestão do empresário, o moleque de 12 anos foi efetivado no grupo. O recém-nascido "The Rebels", que ainda naquele 1959 gravaria seu primeiro disco compacto, ganhava um novíssimo integrante: Nenê.

50 anos depois, o caçula do Rebels ainda é chamado pelo mesmo apelido. Trocou a bateria pelo contrabaixo, o Rebels pelos Incríveis e a inocência de garotinho por uma carreira de sucesso e polêmica no rock brasileiro. Essa trajetória é lembrada agora pelo músico no livro  "Os Incríveis Anos 60, 70... e eu estava lá", da editora Novo Século.

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Com o bom-humor que é uma de suas marcas, Nenê relembra a iniciação precoce de um menino no show business junto com os Rebels e, mais adiante,  narra as aventuras de gravações, shows e viagens nacionais e internacionais com os Incríveis, uma das bandas de maior sucesso no rock brasileiro dos anos 60 e início dos 70, com hits como Era um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e Os Rolling Stones, O Milionário, O Vendedor de Bananas e a polêmica Eu te amo meu Brasil, de autoria de Dom, da dupla Dom e Ravel, pela qual o conjunto seria acusado de colaborar com a ditadura militar.

A carreira de músico após o fim dos Incríveis também é lembrada, com histórias sobre o disco e a temporada de shows com Elis Regina, em 1979, e a mítica apresentação de Raul Seixas em um garimpo no interior do Pará em 1985. E também a participação como ator na novela Cinderela 77, protagonizada por Ronnie Von e Vanusa, da qual também foi responsável pela trilha sonora, além de um relato sobre os meses em que morou no Alasca.

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