Para a comemoração dos 20 anos do Lollapalooza, no ano passado, Perry Farrell, vocalista do Jane's Addiction e o criador da festa da música pop e rock, quis expandir suas fronteiras. O evento saiu de Chicago (EUA) e foi para o Chile. Este ano, o plano é ainda mais ousado.
Além das edições americana e chilena (realizada no último fim de semana), Farrell decidiu trazer o festival para São Paulo. O Jockey Club, na zona sul, foi o local escolhido para receber, entre amanhã e domingo, 140 mil pessoas e 42 bandas.
Tudo é superlativo nesta edição brasileira do Lollapalooza. A começar pelo público estimado: 70 mil por dia. É o mesmo que um Morumbi lotado, mas com a diferença de que não haverá arquibancadas. São quatro palcos, que apresentarão atrações simultaneamente (Cidade Jardim, Butantã, Alternativo, Perry), além de espaço para as crianças, chamado Kidzapalooza.
Dentre as atrações, está a considerada maior banda de rock da atualidade. O Foo Fighters, liderado pelo simpático Dave Grohl, lançou um visceral disco no ano passado, o Wasting Light, gravado em sua garagem e, com ele, ganhou cinco estatuetas do Grammy deste ano - só perdeu para a superpoderosa britânica Adele, com seis. É Grohl que fecha o primeiro dia de shows (cujos ingressos já estão esgotados).
No Chile, a performance da banda durou incríveis 2h30, tempo maior do que os shows em festivais. O primeiro dia ganhou força com o Foo Fighters. De resto, o novo grunge do Cage The Elephant (palco Butantã, às 15h), o indie clássico do TV On The Radio (Cidade Jardim, às 18h) e o carisma da ex-Runaways de má reputação Joan Jet e seu The Blackhearts (também Butantã, às 19h15) são maiores destaques. Vantagem de Dave Grohl e companhia, que terão um público descansado.
No domingo, os britânicos Arctic Monkeys carregam o peso de maior atração da noite. Também com um disco lançado no ano passado, o belíssimo Suck It And See, o quarteto atingiu o status de grande banda e promete tocar os clássicos dos outros três discos.
Eles precisarão comprovar que cresceram e estão prontos para carregar essa responsabilidade. Para sorte deles, o segundo dia do Lolla terá atrações mais importantes, que apostam num indie rock cheio de teclados, texturas e batidas feitas para o público para dançar.
Com tanto show e gente junta, o melhor é se programar para não perder a banda favorita. E evite ir de carro. O Jockey Club não tem estacionamento, mas a organização oferece serviço de ônibus e as linhas de metrô trabalharão em horário diferenciado. A festa dos grandes festivais começa agora.