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Les Paul, um dos maiores mitos da guitarra elétrica

Júlio Maria

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Por Redação
Atualização:

Muita gente ouve o nome Les Paul e o associa apenas à marca de uma guitarra. Uma grande guitarra fabricada pela Gibson há mais de meio século. Bem mais que isso, Lester William Polfus, ou Les Paul, foi o inventor da guitarra elétrica de corpo sólido e de efeitos essenciais na história do rock and roll, como o overdubbing, a famosa gravação feita simultaneamente por vários canais.

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Recursos usados não só por grupos vocais dos anos 40, como muitos pensam, mas também por gente da altura dos Beatles, no disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band; do Queen, em Bohemian Rhapsody; e de Michael Jackson, que abusou da técnica gravando sozinho todos os backing vocals de músicas como Off the Wall e Billie Jean.

O peso das criações de Les Paul levam a uma questão: afinal, o que seria do mundo pop sem elas? Eddie Van Halen respondeu ao próprio Les Paul, pessoalmente, em certa ocasião: "Sem as suas invenções, eu não seria capaz de fazer metade das coisas que eu faço."

Nem tudo foi glória na vida de Les Paul. Vítima de vários acidentes, sendo o mais grave um de carro, passou meses na cama. Alguns amigos brincavam dizendo que ele tinha sete vidas.

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 Foto: Estadão

O cenário em que surge Les Paul não estava preparado para os solos de guitarra. Era o auge das danças de salão e as pessoas nem imaginavam o que poderia substituir as big bands com seus magníficos solos de sax.

Les Paul começou a se interessar por música aos oito anos. Aos 13 era guitarrista profissional em uma banda de música country.Foi a vontade de ter mais do que o som de uma guitarra acústica que o fez dedicar-se ao trabalho de luthier.

Para chegar ao resultado que queria, no início, trabalhava nas horas de folga e em todos os domingos. Em uma de suas tentativas, colocou gesso dentro de um violão para conseguir o som da corda vibrando em um corpo maciço. Foi em 1941 que Les Paul criou a guitarra de corpo sólido que só seria lançada no mercado pela empresa Gibson em 1952.

 Além de acreditar que a eletrificação colocava em risco o valor artístico dos músicos da época, a Gibson achava inviável um músico ter de carregar todo o equipamento (amplificador), além de uma guitarra ainda mais pesada para o ensaio.

"Ver Les Paul tocar uma guitarra é como assistir a Henry Ford dirigir um carro, Thomas Edison trocar uma lâmpada e Alexander Graham Bell atender ao telefone", disse Jim O'Donnell na biografia de Les Paul. Enfim, nada poderia ser mais exato.

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