A origem, veio do nome de um amigo. O Pompeu estava no ensaio do Ethan e leu na porta do armário “Marcos Korzus”, que era o nome artístico do nosso amigo na época. Riscou o Marcos e pegou o Korzus, era esse o nome. Esse brother assistiu a um filme de terror e havia um guardião, um guerreiro, com nome em latim que soava parecido com “Korozum” e ele batizou de Korzus.
DICK – Era idade da pedra, poucas bandas, pouco público, a informação chegava tarde, nossa mídia eram alguns fanzines de Xerox, dois programas de radio, não tínhamos tecnologia e equipamentos só quando alguém viajava. A parada era orgânica, você tinha de ir atrás. Hoje em dia é a maior moleza.
HEAVYNROLL – E como você vê a atual cena rock/metal do Brasil?
DICK – Vejo uma cena consolidada, um estilo de música e de vida que cravou sua bandeira. Temos bandas e músicos de nível internacional, somos rota de shows. Só no ano passado tivemos mais de 150 shows internacionais, isto é, um show a cada 3 dias. A única banda que lota um estádio dois dias é o Metallica. O maior público do Iron Maiden com 63 mil pessoas foi aqui. O metal é grande. Sei que temos muito que melhorar em vários aspectos e eliminar este estigma de que underground tem que ser tosco. O artista nacional tem que ser valorizado.
HEAVYNROLL – Quais os baixos e equipamentos que você usa?
DICK – Uso um Music Man 04 cordas, um Warwick 04 cordas, e dois Music Maker, um de 05 integral e outro de 04 cordas, cordas Elixir, pedal “Bass Pusher” da Fire Custom Shop, cabos Tecniforte, Amplificador Behringer e caixas Marshall.
HEAVYNROLL – Quais baixistas você destacaria hoje em dia, independente do estilo ou quem?
DICK – Os clássicos sempre se renovam, Geezer Butler está com um som incrível no Black Sabbath novo, gosto do Billy Sheehan e Les Claypool.
HEAVYNROLL – Uma vez eu assisti a uma entrevista sua, onde o entrevistador disse que quando ouvia a palavra Korzus, a primeira imagem que vinha na cabeça dele era o do baixista DICK, concordo com ele, o que você acha disso?
DICK – Cada banda tem seu personagem marcante, talvez seja a semelhança com o Brad Pitt (risos).
HEAVYNROLL – Nesses quase 30 anos, qual o pior e o melhor momento da sua carreira?
DICK – O pior prefiro não recordar e o melhor é hoje por saber que ainda estamos em atividade fazendo parte desta história.
HEAVYNROLL – Como é estar numa banda de heavy metal no Brasil, há 30 anos?
DICK – O sentimento é de felicidade, satisfação. Fazer o que você gosta não tem preço. Mas o metal é isso, muito trabalho, dedicação e atitude. Tem que ser cascudo, coisas que poucos estão ligados.
HEAVYNROLL – O “tesão” de estar num palco, de estar gravando, ainda é a mesma aquela do inicio?
DICK – Com menos ansiedade e mais experiência, mas “o barato” é sempre o mesmo.
HEAVYNROLL – Você tem um trabalho com cenografia, é um pintor, conta um pouco desse outro lado artístico do baixista do Korzus?
DICK – Estou envolvido com arte desde os 15 anos , sempre desenhei, pintei e trabalhei com arte. Faço backdrops para as bandas há 20 anos, tenho mais de 500 cenários pra umas 150 bandas. Fiz os primeiros pro Korzus e na época era uma cultura que quase não rolava por aqui. Hoje uma banda sem um backdrop é uma banda pelada no palco.
HEAVYNROLL – O ultimo álbum foi “Discipline Of Hate”, de 2010, quando podemos esperar algo novo do Korzus?
DICK – Para este ano de 2013.
HEAVYNROLL – Qual é a atual formação da banda?
DICK – Eu, Pompeu, Rodrigo Oliveira, Heros Trench e Antonio Araújo.
HEAVYNROLL – Agora falando em shows, faz um bom tempo que o Korzus não vem ao Rio Grande do Sul, qual a sua lembrança da ultima passada aqui pelo Estado?
DICK – Cara, faz tempo…
HEAVYNROLL – Como está a agenda da banda?
DICK – Estamos no fim da tour do “Discipline…“, temos algumas datas e após o lançamento do novo álbum entraremos em nova tour.
HEAVYNROLL – 2011 foi um ano fantástico para o Korzus, uma tour pela Europa e a participação no Rock in Rio. Como foi a participação nesse que é um dos maiores festivais do mundo?
DICK – Sim, foi um ano bom para o
Korzus, várias atividades, shows inesquecíveis, incluindo o
Rock in Rio que foi irado. Tocamos no palco Sunset que era voltado para jams, e nossos convidados foram o
Schmier do
Destruction, o
Mike do
Suicidal Tendencies,
East Bbay Ray do
Dead Kennedys e o
João Gordo do
R.D.P., marcamos presença.
HEAVYNROLL – Como somos um Blog do Sul, gostaria de saber o que você conhece do rock gaúcho?
DICK – O que vem de cara é o Krisium, tem Hibria, Scelerata, Hangar, Rosa Tattooada, e uma pá de banda boa. Mas sem sacanagem o que vem na mente é o “Kleiton e Kledir“.
HEAVYNROLL – Essa é uma opinião que peço para todas as bandas e artistas. Queria a tua opinião sobre a internet, tipo redes sociais, Orkut, myspace, Twitter, Facebook, Downloads, isso tudo ajuda na divulgação do Korzus?
DICK – Sim, como somos de uma geração que não tinha todo esse recurso e acompanhamos essa evolução na tecnologia, vejo como uma ferramenta que agiliza em tempo real a informação. Mesmo gostando de um formato mais old school você se adapta a nova realidade.
HEAVYNROLL – O que o Dick anda escutando hoje em dia?
DICK – Estas últimas semanas estava ouvindo o novo do Lamb of God, Hatebreed, Municipal Waste e alguns clássicos de sempre como Exodus, Pantera e algumas bandas novas, Hatriot, Lost Society.
HEAVYNROLL – Quais os planos para o ano de 2013?
DICK – Lançar o novo álbum é a próxima meta, depois pensaremos nas outras.