Jon Spencer: quando o blues entra em combustão

Pedro Antunes

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Por Redação
Atualização:

O nome da banda é autoexplicativo. Jon Spencer Blues Explosion é, como o próprio nome diz, o blues explosivo de Jon Spencer. O músico na guitarra, acompanhado pelo também guitarrista Judah Bauer e pelo baterista Russell Simins, coloca pólvora no ritmo criado no sul dos Estados Unidos no fim do século 19. O primeiro acorde de guitarra, sempre carregado de distorção, é apenas a faísca para que tudo vá pelos ares.

Completando 20 anos, a banda tocou em São Paulo no último mês der julho, no Bourbon Street, sem perder o pique demonstrado no início, em Nova York.

 "Quando subo ao palco, é tudo muito visceral. O show acaba e me sinto mais vivo do que nunca. Ainda me impressiono com isso", diz Spencer, por celular, da Argentina.

 Foto: Estadão

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O estilo agressivo no palco, garante o guitarrista, só é incorporado nos palcos. "Não sei explicar por que acontece essa transformação. De repente, de frente para o público, tudo muda. É muito maluco!", explica, entre uma buzinada e outra no trânsito argentino.

No cenário fonográfico alternativo, Jon Spencer Blues Explosion é um sopro de tradição entre tantos furacões de pop, eletrônico e indie rock. O líder diz desconhecer bandas famosas, como Friendly Fires e The Vaccines. Ainda assim, não se sente sozinho ao segurar a bandeira do rock'n'roll genuíno, com altas doses de distorção.

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 Cita como parceiro musical nessa batalha o brasileiro Marcos Butcher, também conhecido nos EUA como Uncle Butcher. "Apesar de não conhecer essas bandas novas, entendo que as pessoas podem fazer o que quiserem. O que importa é o que vem do coração, se você tem algo a mostrar", diz.

A discografia inédita da banda está estacionada em 2004, com Damage. Spencer planeja voltar aos estúdios assim que possível. Ele ainda se sente com um adolescente, ansioso ao mostrar as novas composições ao grupo: "É até hoje o que eu mais gosto de fazer. Adoro tocar uma música nova", diz.

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