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Helloween e Stratovarius: o heavy metal contra-ataca

Pedro Antunes

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Por Redação
Atualização:

 Que a indústria fonográfica anda mal das pernas, cambaleante frente a um adversário (leia-se pirataria) que não para de disparar socos potentes, todo mundo já sabe. Se não se pode vencer, nem quer se juntar a eles (como é o caso de bandas que relutam em ter o material disponibilizado na internet), a saída pode ser as turnês conjuntas.

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No começo de abril, as bandas californianas Cypress Hill e Deftones, de hip hop e nu metal, respectivamente, passaram por São Paulo, no Credicard Hall, num grande show de quase duas horas e meia de duração. Amanhã, às 22h, mais um novo show em dose dupla vai agitar a casa de espetáculos, desta vez, de maneira mais sombria e pesada.

Helloween e Stratovarius, ambas bandas nascidas em 1984 - respectivamente, na Alemanha e na Finlândia -, prometem mostrar que o heavy metal ainda pode sobreviver nesta luta ou que, pelo menos, eles podem tentar suportar as pancadas até o fim do round.

 Foto: Estadão

"Muita coisa mudou desde os anos 80", diz Markus Grosskopf, baixista do Helloween. "Mas um show de heavy metal ainda é um show de heavy metal. Dá para sentir que a emoção e a vibração das pessoas ainda são as mesmas. Podem tirar tudo de nós, músicos. Mas o show ainda é a melhor recompensa", completa.

A prática de turnês conjuntas não é nova. Aliás, é algo que as gravadoras, como a Motown, nos anos 60 e 70, já faziam. Só vale lembrar que, naquela época, esses grandes shows do selo serviam para os novos artistas ganharem experiência no palco. Mas, se os discos não estão mais vendendo o mesmo que antes, o melhor é cair na estrada.

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"Acho que, na verdade, esse é o segredo da sobrevivência. Os shows. Só tem um problema: é um segredo que todo mundo conhece (risos)", diz Jens Johansson, tecladista sueco do Stratovarius, por telefone, direto do hotel onde estava hospedado, em Bogotá, na Colômbia. "Todas as bandas estão em turnê. Fiquei sabendo que Iron Maiden, Ozzy Osbourne e vários outros tocaram aqui, na Colômbia, nos últimos meses".

 Quando avisado de que as bandas citadas por ele também estiveram em São Paulo, Johansson ri novamente. "Tá vendo só (risos)?!? Todo mundo está com a mesma ideia". O aumento da variedade de shows, porém, leva a outro problema: as bandas precisam dividir os fãs. "Isso acontece bastante. Acabamos disputando pelo mesmo público do heavy metal", concorda o tecladista do Stratovarius. "Quer dizer, para o público é ótimo, mas nem tanto para a gente".

 Foto: Estadão

 A ideia de uma turnê em conjunto partiu do Helloween em maio do ano passado, quando o Stratovarius estava na China. "Recebemos uma ligação deles (Helloween), nos chamando para a turnê. Na época, já estávamos com a agenda cheia e não pudemos marcar. Voltamos a conversar em novembro do ano passado", explica Johansson. "As duas bandas ficaram preocupadas em como seria viajar juntos. Mas estamos nos dando muito bem".

O Stratovarius, que sobe no palco antes, às 22h, lançou seu disco, Elysium, em janeiro deste ano. Já o Helloween apresenta o álbum 7 Sinners, cuja primeira música pergunta: "Are You Metal?" ("Você é metal?"). A resposta, eles já deram. São metal, sim. E vão para o próximo round. Juntos.

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