ExpoMusic comemora 30 anos em São Paulo

da equipe Combate Rock

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Por Redação
Atualização:

Uma coincidência não muito feliz fez com que a ExpoMusic 2013, em São Paulo, fosse realizada ao mesmo tempo em que o Rock in Rio. Houve até um certo temos de que pudesse haver um esvaziamento do evento paulista, a maior reunião do setor musical da América Latina parece não se importar. Ainda bem, pois a feira deve apresentar este ano mais novidades, mais lançamentos e mais shows, justamente para comemorar a 30° edição.

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A programação oficial deverá ser divulgada nos próximos dias, mas alguns artistas já anunciaram suas presenças, com shows pequenos e jam sessions, como o trio Dr. Sin e dois integrantes do Angra, Rafael Bittencourt (guitarra) e Ricardo Confessori (bateria), na área do rock. O guitarrista Pepeu Gomes é outro que deverá fazer uma apresentação. Assim como no ano passado, haverá um concurso de bandas iniciantes e de revelação de artistas solo, oq ue aumentou bastante o interesse pelo evento.

A ExpoMusic se tornou um grande negócio e uma vitrine importante para o mercado musical - em 2012 gerou cerca de R$ 250 milhões em negócios. Embora respeitável, o setor poderia ter um desempenho mais interessante, já que o potencial é imenso. Até o final do ano, a previsão e de que a música, envolvendo instrumentos musicais e eventos ligados possam render um faturamento de R$ 700 milhões, 12% a mais do que em 2012.

A feira é um retrato fiel das transformações que o mercado musical sofreu em 30 anos. Em 1983, quando aconteceu a primeira edição da Expomusic, a Feira Internacional da Música, The Police estava no topo das paradas de sucesso internacionais com os hits "Every Breath you Take" e "King of Pain". O U2 celebrava o hit "New Year's Day" e o Duran Duran tocava "Hungry Like the Wolf". David Bowie lançava "China Girl".

No Brasil, o maior sucesso era Ritchie com sua "Menina Veneno". A banda Blitz fazia "A Dois Passos do Paraíso" e Tim Maia tinha duas canções bombadas no repertório: "Me Dê Motivo" e "Vale Tudo", esta gravada com Sandra de Sá. Michael Jackson já era forte referência da música pop tendo "Billie Jean" e "Beat It" entre as músicas mais executadas no mundo.

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Muitas das canções que faziam sucesso nos anos 80 continuam agradando o público ainda hoje, assim como os instrumentos musicais acústicos - violões, baterias, pianos e sopros - que não apresentaram muitas modificações nos últimos 30 anos. Já no que se refere às tendências musicais, demais instrumentos e aparelhos eletrônicos, muita evolução pode ser notada nestas três décadas. A tecnologia trouxe para o setor musical novos elementos e também desafios.

Nos anos 80, o LP respondia por 59% das vendas, hoje representa apenas 1,3%. O sucessor do vinil, o CD, tem 49,1% do mercado e vem perdendo espaço dia após dia para os downloads legais e serviços de música online. Há 30 anos poucos imaginariam que um dia comprariam música pelo celular.

"Em termos de instrumentos e equipamentos, nos anos 80 a reserva de mercado restringia muito o trabalho dos músicos brasileiros, que tinham à disposição produtos de fabricação nacional com preços altos e qualidade inferior aos encontrados fora do País", conta Northon Vanalli, técnico em produto da Sonotec, empresa responsável por trazer ao Brasil instrumentos de cordas, percussão e acessórios de marcas mundiais como Takamine, Strinberg, Gretsch, Ovation, Karsect, Genz-Benz, entre outras.

Nos anos 90, a abertura de mercado trouxe profundas mudanças no cenário musical brasileiro. Nasceram grandes importadoras que passaram a trazer ao País itens de marcas consagradas. "Surgiram importantes polos de compras como a Rua Santa Efigênia e a Teodoro Sampaio em São Paulo, além da Rua da Carioca no Rio de Janeiro", relembra Emil Casseb, gerente do Departamento de Áudio da Yamaha Musical do Brasil.

A partir dos anos 2000 a internet e os recursos eletrônicos trouxeram profundas mudanças ao setor. As novas tecnologias possibilitaram aos músicos explorarem novos sons e estilos. "Pode-se dizer que é graças à tecnologia que foram abertos inúmeros campos no estilo musical", diz Takao Shirahata, diretor da Roland do Brasil.

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Com tanto acesso à informação, até a maneira de consumir música mudou. A 'vida útil' de uma música é bem mais curta. "Os sucessos 'cansam' com mais facilidade e os grandes artistas precisam encontrar alternativas para manterem-se em alta", observa Edilson Coutinho, técnico em produto da Sonotec. Por outro lado, também os instrumentos musicais e acessórios precisam ser atualizados constantemente, alterando modelos, inserindo novas cores e mantendo bons preços - tudo isso com o objetivo de atrair e manter o consumidor.

Segundo Synésio Batista da Costa, presidente da Abemúsica - Associação Brasileira da Música, o varejo da música tem faturamento anual superior a R$ 1 bilhão. "As vendas das empresas vem crescendo em torno de 10% ao ano na última década. São resultados promissores para um segmento que lida muito com as oscilações cambiais, visto que os fabricantes nacionais representam 10% da composição do faturamento anual."

SERVIÇO

Expomusic 2013 - 30ª. Feira Internacional da Música, Instrumentos Musicais, Áudio, Iluminação e Acessórios.

Data: 18 a 22 de setembro de 2012 Horários: 18 a 21, das 11h às 21h; dia 22, das 11h às 19h. Dias 18 e 19 a feira é restrita a profissionais do setor com convite ou credencial. Dias 20 a 22, o evento é aberto ao público em geral mediante compra de ingresso. Entram sem pagar nesses dias somente compradores, músicos ou do setor com credencial.

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Crianças com idade até 12 anos, maiores de 60 anos e deficientes físicos têm acesso gratuito.

É obrigatória a apresentação de documento pessoal com foto na recepção do evento.

Local: Expo Center Norte Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme, São Paulo, SP.

 

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