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Coverdale promete Whitesnake insuperável no Brasil

Jotabê Medeiros - O Estado de S.Paulo

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O notório cavalheirismo, o senso de humor refinado, a risada solta: David Coverdale, homem de frente do Whitesnake, está trazendo de novo sua juba dourada ao País como uma das atrações principais do festival Monsters of Rock, nos dias 19 e 20 de outubro. E se mostra incrivelmente bem disposto.

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"Acabei de festejar meus 62 anos (no domingo), e estou muito empenhado, inspirado e cheio de entusiasmo. Não sinto o tempo pesar. É maravilhoso correr o mundo e sentir-se apoiado pelos fãs, é algo extraordinário, e essa nossa turnê é mais bem-sucedida do que a anterior, de 2011", disse Coverdale, falando ao Estado por telefone, anteontem. "Não quero que pareça algum tipo de insulto, mas quando fui ao Brasil pela primeira vez, a sexualidade inerente à banda parecia ter encontrado o lugar perfeito. Fazer amor é algo muito apreciado no Brasil, e nós fomos incrivelmente bem recebidos. Isso acabou criando um love affair entre o nosso grupo e o seu país", afirmou o cantor.

A banda de Yorkshire, Inglaterra, já soma 36 anos de rock'n'roll. Em 2011, o Whitesnake se apresentou em São Paulo no Anhembi, em jornada dupla com o Judas Priest, apresentando a Forevermore Tour 2011. "Nós e o Judas Priest temos sido amigos por décadas e sempre compartilhamos jornadas maravilhosas. Não foi diferente daquela vez. Mas acho que vocês vão gostar dessa nova turnê, esses serão os últimos concertos e os brasileiros vão poder apreciar um show muito bem acabado", alertou.

Coverdale, que também integrou o Deep Purple, falou sobre a perda do tecladista Jon Lord, morto em julho do ano passado. "Eu amo Jon Lord. Algumas pessoas entram na sua vida para dar uma imensa contribuição, e foi o caso dele. Em 1973, fiz uma audição para entrar no Deep Purple e ninguém se empenhou tanto em me receber bem quanto Jon. Outro dia mesmo estive com Richie Blackmore e tivemos um diálogo muito positivo, e atribuo tudo ao espírito sempre conciliador que Jon Lord nos deixou. Era um extraordinário gentleman, sua voz era complementar à minha na banda. Pessoas como ele, Richie, elas me deram a chave para a música, foi uma perda muito significativa", lamentou ainda.

"Há uma identidade muito característica do Whitesnake, que está sempre presente na nossa música, uma identidade formada pelos mesmos elementos e ingredientes. Tenho muito respeito pelos três anos em que fiquei no Deep Purple, mas uma das coisas que me frustravam era que minhas composições não encontravam lugar ali. O Whitesnake surgiu como uma sombrinha estética, na qual eu pude desenvolver minha paixão pelo blues, pelo hard rock, pelo soul e dar vazão a uma ânsia emocional", ponderou Coverdale. "Gosto da liberdade. Quando eu canto Here I Go Again, não vou cantar de novo como cantei 6 anos atrás, mas do jeito que eu quero hoje."

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O Whitesnake está lançando o disco duplo ao vivo Made in Britain/The World Record, que reúne, no primeiro, uma excursão de nove concertos pela Inglaterra e, no segundo, registros de quase 90 shows da turnê mundial - Brasil e Argentina estão representados. Sobre a apresentação brasileira, Coverdale faz mistério. "Gosto de surpresas, vocês vão reconhecer por si mesmos. Hoje em dia, com as novas tecnologias de gravação, você pode gravar cada soundcheck, cada ensaio, cada jam session. Isso nos permite registrar todas as nossas apresentações ao redor do mundo de forma minuciosa, fiel, e foram 90 shows gravados. O que posso fazer é dar uma risadona e deixar para vocês a tarefa de reconhecer a faixa", brincou o músico.

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