Cinco anos sem James Brown

Felipe Cruz

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Por Redação
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Há exatos cinco anos, no dia de Natal, morria o rei da soul music, James Brown (1933-2006), aos 73 anos. Em sua vida, o cantor teve vários apelidos surgidos na tentativa de rotular sua forma extravagante de dançar e fazer música. Não à toa, Brown foi chamado de Sex Machine, Mr. Dynamite, o Rei do Funk, The Original Disco Man e o Padrinho do Soul. E o intérprete de I Got You (I Feel Good), à sua maneira, fez jus a todas elas.

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Outro rei, o do pop, Michael Jackson, contava que quando era criança, seu sonho era dançar como Brown. Para isso, ensaiava incessantemente em casa, junto dos irmãos do Jackson 5. Nascido na Carolina do Sul numa época de segregação racial nos Estados Unidos, Brown vendeu em toda sua vida mais de 100 milhões de discos e foi listado pela Rolling Stone como o sétimo maior artista de todos os tempos.

E se a carreira de Brown foi marcada por números grandiosos, foi também pontuada por vários escândalos. Alguns deles o levaram à prisão. Até sua morte gerou fatos insólitos. Como seus familiares discutiam questões ligadas à herança e não chegavam a um consenso sobre o local do enterro, seu corpo ficou mantido dentro de um caixão por quase três meses - mais especificamente até dia 10 de março de 2007, quando foi finalmente levado a uma cripta na casa de sua filha Deanna Brown Thomas. O local, no entanto, não é definitivo. Os parentes pretendem removê-lo e transportá-lo, no futuro, a um mausoléu, que serviria como atração turística.

Quando jovem, James Brown começou a ter problemas com a Justiça. Aos 16 anos, foi detido por roubo e ficou preso durante três anos. Já quarentão, o cantor foi preso novamente, após uma perseguição na estrada, em alta velocidade. Enquadrado por porte ilegal de arma, agressão policial e posse de drogas, Brown atravessava uma fase difícil na carreira, que culminou na saída dos músicos de sua banda. Foi condenado a seis anos de prisão e solto após cumprir três.

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Nos anos 90, foi novamente acusado de agressão, contra Adrienne Rodriguez, sua terceira mulher. Em 2000, seu descontrole voltava a ser notícia: Brown foi acusado de atacar um empregado da companhia de energia elétrica estatal com uma faca.

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Mesmo com tantos problemas, no fim da vida Brown gozava de boa reputação no meio artístico, fazendo shows e indo a programas de TV. Na antevéspera de seu último Natal, Brown foi ao dentista, que reparou que o cantor aparentava cansaço e fraqueza, e o aconselhou a ir ao hospital. No dia seguinte, uma pneumonia foi detectada.

O cantor, que nunca reclamava de problemas de saúde e relutava em cancelar apresentações, foi internado. Ele esperava, até então, receber alta a tempo de cumprir seus shows de réveillon, em Nova York e New Jersey. No dia de Natal, no entanto, teria dito ao amigo Charles Bobbit, que sentia que "estava indo embora" aquela noite.

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