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Black Keys: receita pop sem perder a sujeira

Roberto Nascimento

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Por Redação
Atualização:

É possível que o Black Keys seja a banda menos cínica sob os holofotes atuais. Entre os sete discos já lançados, há altos e médios, mas o duo de Akron, Ohio, jamais desviou a atenção de sua proposta de rock cru, com pegada contemporânea. Mesmo no novo El Camino, em que a estratégia é mais pop do que o de costume, a pouca frescura da banda segue firme do começo ao fim.

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Em Gold on the Ceiling, um shuffle com ecos de Goldfrapp, refrões e melodias são arranjados de forma enxuta, como em um hit de rádio. O dedo é do excelente produtor Danger Mouse, metade do contagiante Gnarls Barkley, que poderia pasteurizar o som da banda, mas consegue lustrá-lo sutilmente, sem interferir. Assim, o que se escuta lá pela metade da faixa é um imundíssimo riff de guitarra, que nos lembra que o Black Keys sempre será, lá no fundo, uma banda de garagem com um vasto conhecimento da música de raiz americana.

As batidas de El Camino são vivas. Flertam com todo o vernáculo rítmico do rock, de Beatles, a Stones, ao pós-punk. Há melodias que lembram o grunge e o indie pop atual (Nova Baby). Mas em meio a tudo isso, a sinceridade suja do blues vibra constantemente.

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