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As maiores loucuras do rock, reunidas em um divertido almanaque

Marcelo Moreira

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Por Redação
Atualização:

Ozzy Osbourne realmente mordeu a cabeça de um morcego em um show e arrancou a cabeça de uma pomba viva em uma reunião? Mama Cass, do The Mamas and the Papas, realmente morreu ao engasgar com um pedaço de sanduíche? Paul McCartney morreu mesmo em dezembro de 1966 e foi substituído por um sósia? Elvis Presley e Jim Morrison estão vivos?

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As lendas do rock continuam fascinando milhões de crédulos, ingênuos e conspiracionistas paranoicos, e existem milhares de sites na internet dedicados az provar cada um dos grandes segredos do rock - e o pior é que muita gente séria cai nestas armadilhas.

Muitos livros já foram escritos compilando todos os "segredos" e "lendas" do rock, inclusive no Brasil, mas nenhum acertou em cheio em relação ao conteúdo e à forma como "Loucuras do Rock" - 191 Histórias Reais... e Absurdas", de Paulão de Camargo, jornalista, radialista e vocalista da ótima banda Velhas Virgens, entre outras atividades.

Escrito em forma de almanaque, o livro abusa do bom humor da prosa fácil, leve, sem perda de tempo com teorizações e conceitos múltiplos. Cada texto curto parece ter sido escrito em formato de piada. É uma grande tiração de sarro a respeito de assuntos que, em sua grande maioria, realmente aconteceram. Grande introdução para quem conhece pouco o rock e quer se divertir.

"Foi prazeroso compilar as histórias. Quando se tratava de algum fato relativo a artista brasileiro foi mais fácil checar. No caso dos gringos, apelei a amigos no exterior, publicações variadas e a internet eram as ferramentas. Aí eu ia confrontando as versões até chegar á mais plausível. Mas foi justamente num verbete relativo à formação da banda brasileira As Mercenárias que eu tive que acionar alguns contatos pessoais, primeiro falando com o empresário (que estava no Chile na hora do telefonema) e em seguida com a própria vocalista do grupo. Deu trabalho, mas ficou bem interessante", diz Carvalho.

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Leia a seguir uma rápida entrevista com o autor:

A informalidade dá o tom da obra, com os textos em formato de anedotas. Por que esse formato foi o escolhido?

É uma coisa do meu jeito de escrever. Acho interessante incorporar graça a um texto informativo. Acho que colabora com o espírito curioso da obra. Deixa a leitura mais saborosa e leve. Escrevo pra entreter.

Você diz no prólogo que o critério para escolher quem seria "contemplado" foi puxar pela memória, fazer uma lista do que jamais poderiam de deixar de estar presente. Como você organizou o material? Houve histórias que ficaram de fora do livro por falta de espaço?

Sobrou muito material, sim. Sobre o processo de confecção do livro, primeiro tentei fazer uma lista de bandas que precisavam ser citadas. Depois pesquisei e puxei pela memória à respeito de histórias clássicas. E durante este processo de pesquisa apareceram coisas interessantes, quase que empiricamente. A própria editora sugeriu efemérides também.

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Qual é a mais absurda história que você colocou no livro, em sua opinião?

Pra mim é aquela dos caras do Led Zeppelin introduzindo pedaços de peixe na genitália de fãs. Surreal e bizarro!

5 - Você chegou a se preocupar se iria "constranger" algum conhecimento ou amigo citado no livro? Procurei citar fatos engraçados e seleciona-los de modo que a graça não colocasse ninguém em situação difícil.É um livro divertido, mas não exatamente de fofoca.

Como músico de uma banda underground, você deve ter presenciado coisas estúpidas, absurdas e ridículas no rock nacional, guardadas as devidas proporções com o que você já narrou. Esses absurdos do mundo underground brasileiro não merece um volume específico?

Não sei se tenho material para um livro inteiro, mas acho a ideia interessante. Tenho muitos amigos que presenciaram, sim, estas histórias curiosas. Seria um trabalho de pesquisa e entrevistas. E é possível que rendesse alguns processos. Ou seja, teria tudo pra fazer sucesso. Vou pensar nisso!

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Existe alguma história sua ou da banda Velhas Virgens que se encaixe no livro que você escreveu?

Das Velhas Virgens citei apenas os convidados famosos que gravaram com a gente. Mas temos histórias do arco da velha. Como quando o guitarrista e o baixista, cada qual no seu quarto de hotel, resolveram trocar as moças que os acompanhavam após o show. O que o guitarrista não sabia é que a moça que acompanhava o baixista já havia ido embora. Depois de procurar pela moça no armário, sob a cama e no banheiro, o guitarrista voltou ao seu quarto e começou a esmurrar a porta, atrás da qual o baixista malandro desfrutava das gentilezas da fã barganhada.

 

O CD "Carnavelhas III" , o mais recente das Velhas Virgens, traz uma produção mais limpa, mais elaborada, com uma sonoridade mais "na cara". Está correta a minha impressão? Se sim, qual o motivo dessa orientação na gravação do álbum?

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Todos os Carnavelhas costumam ser mais limpos e até pela mistura de batucada e ritmos brasileiros, há uma necessidade de maior elaboração. Tivemos a participação de seis guitarristas convidados o que também deu uma cara mais personalizada ao som. Ficou um disco de guitarras. Nossa mistura de rock e batucada é uma obra aberta, em constante aperfeiçoamento. É o "local" onde podemos ousar um pouco dentro deste universo às vezes por demais xiita que é o rock'n'roll. Acho que sua impressão sobre o Carnavelhas III vem desta linguagem híbrida que buscamos neste trabalho. A gente se diverte muito fazendo isso! E diversão é sempre o nosso único cachê garantido.

"Loucuras do Rock" - 191 Histórias Reais... e Absurdas", de Paulão de Camargo

Editora Panda Books - preço sugerido - R$ 22,90

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