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Aerosmith só faz o que os fãs mandam

 Jotabê Medeiros - O Estado de S.Paulo

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Por Redação
Atualização:

Talvez a maior banda norte-americana de todos os tempos, cerca de 150 milhões de discos vendidos, o Aerosmith volta ao Brasil pela quinta vez, no dia 20 de outubro, como principal atração do festival Monsters of Rock, ao lado de Whitesnake, Korn, Limp Bizkit, Queensryche e outros.

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Divulgação -Steven Tyler e Joe Perry, do Aerosmith

Poderoso dínamo de hard rock e power ballads, o grupo não vem com as mãos abanando. Lançou este ano um disco de inéditas, Music from Another Dimension, o primeiro em oito anos. "É o melhor disco que fizemos em 20 anos", sentenciou ontem à noite, em conversa com o Estado, o guitarrista Joe Perry, que ao lado do vocalista Steven Tyler é o equivalente da dupla Richards-Jagger para os americanos.

"Gostaria que esse novo disco se tornasse popular, mas não é assim que acontece. Tocamos apenas uma ou duas das músicas novas no show. Os fãs, se você não tocar certas canções, ficam frustrados. Não são muitos os que se importam com músicas novas. Gostaria de tocar mais", afirmou Perry.

Joe Perry revelou ao Estado que lançará, no inverno americano, sua autobiografia, cujos originais entregou na semana passada para os editores. Ele disse que não acredita que haja, no conteúdo do livro, material que seja conflitante com a autobiografia de Steven Tyler que saiu no ano passado (O Barulho na Minha Cabeça te Incomoda?, lançado pela Benvirá).

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"São histórias que aconteceram desde 1969, que passam pelos acontecimentos de 1984 e chegam até a feitura do novo disco. Todo mundo descreve um evento de maneira diferente, com outras observações. É o meu ponto de vista, e estou numa boa posição para contar coisas que nunca foram contadas. Podem não concordar comigo, mas é como eu vi as coisas", afirmou.

O Aerosmith é uma banda nativa de Boston, e Joe Perry comentou o atentado durante uma maratona, em abril deste ano, que matou 3 pessoas e feriu outras 264 na sua cidade. "Fizemos um concerto beneficente com outros artistas de Boston. Foi triste, mas, na verdade, também foi estimulante ver a cidade tão unida, a atitude solidária das pessoas. É o tipo de coisa que acontece todo dia pelo mundo, mas não há nada pior do que quando acontece em sua cidade. Todo mundo em Boston se julgava seguro, e isso traz medo", afirmou.

Ele não quis analisar a responsabilidade dos irmãos Tsarnaev no caso. "Não sei (se são os únicos culpados). Não acredito em tudo que os governos dizem. Sempre que acontece algo dessa natureza, muitas questões são levantadas a respeito daquilo. É algo que está acontecendo muito ao redor do mundo".

O papel do artista, ele disse, é tentar minorar o sofrimento das pessoas. Foi o que o Aerosmith fez, por exemplo, em março de 2011, quando terremotos e um maremoto varreram a costa do Japão. No outono daquele mesmo ano, o grupo agendou uma turnê pelo País.

"Esse problema da radiação nuclear é muito sério, e especialmente ruim para as pessoas mais jovens, que sofrerão décadas com isso. Quisemos levar algo para tornar as pessoas mais alegres, nesses momentos elas precisam de algo que lhes traga alegria", disse.

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Em 2011, quando passaram pela última vez por São Paulo, Joe Perry tratou de afastar os rumores sobre uma possível separação do grupo. "Estamos 110% juntos", afirmou, naquela ocasião. Agora ele já não foi tão taxativo. "Não vivemos o tempo todo juntos, mas quando estamos na estrada, não há a possibilidade de que não seja 100%. Estamos juntos", disse.

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O guitarrista (que se diz influenciado por bluesmen como Jimmy Reed, Willie Dixon, B.B. King e Buddy Guy) também contou que já trabalha num disco solo novo para o ano que vem, que faltam umas cinco músicas para completá-lo e que vai trabalhar nele quando terminar a turnê do Aerosmith.

Antes de desligar, Joe Perry deixou uma mensagem espontânea: "Quero dizer para os fãs de São Paulo e da América do Sul que estou ansioso para tocar aí, porque esse é um dos nossos melhores públicos em todo o mundo".

Além de Joe Perry e Steven Tyler, o Aerosmith tem Brad Whitford (guitarra), Tom Hamilton (baixo) e Joey Kramer (bateria).

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