Parece que o Black Sabbath está caindo aos pedaços. Ozzy Osbourne sequer sabe que bandeira está tremulando - dizem que raramente sabe onde está. Tony Iommi aparentemente está com o câncer linfático controlado, mas está sendo poupado de compromissos com imprensa e marketing. Entretanto, que viu a banda em ação em Buenos Aires garante: é um show poderoso e fantástico. Que assim seja.
A banda começou ontem sua peregrinação pelo Brasil com um concerto em Porto Alegre. Nas redes sociais o adjetivo mais simplesinho dizia que foi "sublime". Ozzy mostrou-se extremamente à vontade no palco e Iommi detonou. Simples assim. Em entrevista no Rio sobre sua turnê pelo Brasil, Ozzy Osbourne e Geezer Butler demonstraram realmente que estão curtindo a turnê mundial e o sucesso do álbum "13', o primeiro de estúdio com o vocalista em 35 anos.
"A recepção à turnê está sendo muito melhor do que eu imaginava. Fico chocado. É muito triste o Bill não estar conosco mas fizemos o que tínhamos que fazer. Tony está lutando contra um linfoma, por isso não quero fazer planos para o futuro. Estamos cruzando os dedos para dar tudo certo", disse Ozzy, que contemporizou ao responder pergunta sobre a confusão de bandeiras no show de Buenos Aires (ele exibiu a bandeira brasileira): "Alguém jogou no palco e eu peguei. São coisas que acontecem. A música é universal".
Existe muita expectativa em relação aos shows, em especial ao de São Paulo, cujos ingressos esgotaram no primeiro dia de vendas. Entretanto, nada se compara à primeira visita da banda ao país, em 1992, com Ronnie James Dio no vocais. Era a formação clássica dos álbuns "Heaven and Hell" e "Mob Rules", e a comoção gerada pela notícia da vinda da banda foi inversamente proporcional à baixa expectativa de quem os trouxe.
Dois shows agendados no antigo Olympia, na zona oeste de São Paulo, com seus parcos 8 mil ingressos vendidos em poucas horas, forçaram os organizadores a correrem para agendar uma apresentação extra no inacreditável Ibirapuera, totalmente inadequado para receber um evento de tamanha importância - e é claro que a carga de ingressos foi igualmente insuficiente. Mais de 40 mil pessoas estiveram no estádio, com mais de 5 mil para fora na expectativa de ao menos ouvir o som ruim, mas insano.