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A gaita sacode o blues nacional de novo

Marcelo Moreira

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Por Redação
Atualização:

Após a jam session final, todos os músicos que tocaram no domingo foram ovacionados pelo público que lotou a choperia do Sesc Pompeia (FOTO: LUIZ HENRIQUE ALMEIDA) Foto: Estadão

 

O público foi chegando aos poucos. A ocasião era especial. Afinal, era um evento internacional. A tempestade que alagou São Paulo na última sexta-feira cancelou alguns eventos, mas isso não foi o suficiente para acabar com a festa do blues no Sesc Pompeia no último domingo. Com shows de sexta remarcados, 0 12º Encontro Internacional de Harmônica teve um grande final, com direito a casa lotada e músicos se revezando no palco - e se recusando a descer.

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O evento foi o segundo em quatro meses a reunir a nata dos gaitistas brasileiros - e, por tabela, parte expressiva da nata dos artistas nacionais de blues. O violonista, cantor e gaitista Little Will, por exemplo, chegou bem cedo, antes da chuva de verão, e fez um "pocket show" gratuito ao ar livre na rua central do Sesc Pompeia. Sozinho, tocou dez clássicos do blues dos anos 30, 40 e 50. E tome Little Walter, Sonny Boy Williamson, Robert Johnson e Wilson Pickett - a ótima versão de "Mustang Sally" teve a participação especial de Mano Silva.

Aparentemente, o público do Sesc daquele horário, 18h, desconhecia o evento internacional de gaitistas, e foi surpreendido pela performance descontraída de Little Will, que brincou bastante com os espectadores. Em poucos minutos foi cercado por quase 100 pessoas que quase bloquearam a rua central. O mais interessante: muitas crianças sentaram no chão para apreciar aquele músico baixinho e cabeludo tocar músicas esquisitas com uma gaita pendurada no pescoço. Aparentemente, gostaram do que viram e aplaudiram bastante.

Little Will quase congestionou a rua central do Sesc com seu show acústico de clássicos do blues (FOTO: LUIZ HENRIQUE ALMEIDA) Foto: Estadão

Little Will mal teve tempo de arrumar seus violões e dobros e a maleta com 20 gaitas ao final de sua apresentação e correr para a choperia. Pontualmente, às 19h, o quarteto argentino Shakedancers emendou uma série de standards do blues e incendiou a plateia que lotou o recinto. Gratuita, a apresentação que encerrou o evento internacional contou com convidados especiais de alto calibre, quase todos gaitistas: Flávio Guimarães (Blues Etílicos), Geison Cezare, Sérgio Duarte, Nicola Sena, Robson Fernandes e outros.

A jam session final traduziu bem o espírito do evento: confraternização e devoção ao blues, mas sobretudo um grande prazer em tocar e receber amigos no palco. Que mais uma vez sirva de exemplo e incentivo para os músicos brasileiros de heavy metal.

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