Alexandre Ferraz Bazzan
17 de janeiro de 2020 | 23h45
A presidente da Recording Academy, organização responsável pelo Grammy, é afastada 10 dias antes da realização da principal cerimônia da música. Deborah Dugan é acusada de comportamento inadequado. Uma assessora que trabalhou com seu predecessor, Neil Portnow, teria acusado a executiva de assédio e dito que sua gestão tem um gerenciamento no estilo “bullying”.
Dugan é a primeira mulher na história a presidir a Recording Academy e é afastada apenas cinco meses após assumir o cargo e três semanas depois de enviar um memorando para a chefia de recursos humanos detalhando preocupações que incluíam possíveis irregularidades nos votos, má gestão fiscal, gastos exorbitantes e desnecessários com a parte legal e conflitos de interesse envolvendo membros da Academia, executivos do comitê e advogados externos.
O Grammy acontece no dia 26 de janeiro. Lizzo, Billie Eilish e Lil Nas X lideram as indicações. Alicia Keys será a apresentadora da cerimônia, que deve ter shows de Eilish e Aerosmith.
Histórico de pouca diversidade
Em 2018, o então presidente da Academia, Neil Portnow, fez uma declaração no mínimo infeliz. Depois de uma reclamação geral sobre a sub-representação das mulheres no Grammy, ele disse que elas precisavam melhorar para ganhar maior reconhecimento.
Únicas mulheres que venceram prêmio de disco do ano – Crédito – Mark Peterson/Reuters – Michelle Agins/The New York Times – Sam Mircovich/Reuters
Para se ter ideia, 2018 foi o primeiro ano da história sem um homem branco entre os indicados na categoria de disco do ano. Em 60 edições, o principal prêmio do Grammy foi vencido por mulheres apenas 13 vezes, sendo que em apenas 3 ocasiões essas mulheres eram negras. Os homens negros venceram outras 11 vezes e o restante foi abocanhado por homens brancos./Com informações do NYT
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