Os 20 melhores documentários de música da década

Charles Bradley, Amy Winehouse, George Harrison e Itamar Assumpção estão entre os artistas abordados

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Por Alexandre Ferraz Bazzan
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Um bom documentário deveria ter alguma das seguintes coisas(de preferência todas): apresentação de um tema desconhecido, mas interessante ou novas informações sobre um tema já conhecido; boas entrevistas; material de arquivo relevante; edição e formato que saiam do óbvio das "cabeças falantes".

Não consegui assistir a todos os documentários de música da década e ou posso não ter gostado de alguns dos seus preferidos. Segue a lista em ordem cronológica:

Rush: Beyond the lighted stage (2010)

Contemporâneos e artistas mais jovens descrevem a técnica e influência dessa banda que ainda hoje é lembrada mais como nerds de cabelo esquisito com um vocalista de voz fina demais.

Who Is Harry Nilsson (And Why Is Everybody Talkin' About Him?) (2010)

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Sem fazer shows, Harry Nilsson conseguiu construir uma carreira de sucesso global, abusou dos psicotrópicos disponíveis e ficou amigo dos Beatles. É uma história boa demais para não ser assistida.

Uma noite em 67 (2010)

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O clima de fla-flu das "torcidas" dos festivais mostra um antagonismo que não existia necessariamente nos bastidores, já que muitos dos artistas colaboravam entre si. No final o que fica é uma máxima da Dilma invertida: Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo ganhar... porque é muita música brasileira boa nessa época.

George Harrison: Living in the material world (2011)

O longo filme de Martin Scorsese mostra um George ácido, que bate o pé nos assuntos que importavam para ele, e ao mesmo tempo muito doce e amigo. É impressionante como existe uma percepção equivocada do ex-beatle, mesmo ele tendo uma carreira solo brilhante.

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Pearl Jam Twenty (2011)

Peark Jam Twenty é dividido em duas partes. Primeiro há uma árvore genealógica das origens da banda e depois os integrantes são dissecados como personagens separados, o que aumenta a empatia com cada um deles.

Daquele instante em diante (2011)

Os depoimentos emocionados e a atenção aos detalhes fazem deste documentário sobre o Itamar Assumpção uma obra deliciosa de assistir. Os materiais de arquivo também são extensos em um trabalho de pesquisa que o próprio filme mostra árduo.

Procurando Sugar Man (2012)

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Esse vencedor do Oscar não só relembra um cantor obscuro dos anos 1970, como encontra ele quando todo mundo achava que ele estava morto. Depois disso, Sixto Rodrigues retomou a carreira e faz shows em vários países.

A band called death (2012)

Assim como Procurando Sugar Man, A band called death vai atrás de um grupo de irmãos que cozinharam um proto punk antes mesmo de MC5 e Stooges. A Death, como Rodriguez, voltou a fazer shows e passou até pelo Brasil.

Charles Bradley: Soul of America (2012)

Esse é um dos meus preferidos. A câmera segue a saga de um homem de 62 anos para lançar seu disco de estreia após ser duramente castigado por uma vida de pobreza.

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Big Star: Nothing can hurt me (2012)

O Big Star merecia um reconhecimento maior e esse documentário é um passo para isso. A banda de Memphis fez um dos sons mais agradáveis do power pop e com letras que iam do amor juvenil até questões existenciais. Infelizmente, apenas Jody Stephens permanece vivo.

A música segundo Tom Jobim (2012)

É um dos últimos trabalhos de Nelson Pereira dos Santos, um dos principais diretores do Cinema Novo. O filme é um belo apanhado de vídeos que destacam o quanto Tom Jobim é importante para o mundo. Um clipe de Judy Garland indo às lágrimas ao cantar Insensatez(How Insensitive) emociona até o mais frio dos corações.

A um passo do estrelato (2013)

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Sabe a voz incrível que faz dueto com Mick Jagger em Gimme Shelter? O nome dela é Merry Clayton e ela e muitas outras cantoras acabam trabalhando como contratadas ou assalariadas em grandes bandas.

Mistaken for strangers (2013)

O vocalista do The National, Matt Berninger, tem um irmão menos bonito, menos famoso e menos talentoso. Esse irmão embarca em uma turnê da banda com o pretexto de fazer um documentário, mas acaba sendo um estorvo para todo mundo, ao ponto de Matt mandá-lo de volta para casa. Obviamente ele consegue terminar o documentário.

The punk singer (2013)

Kathleen Hanna tem uma história complexa. Ela cunhou a frase "Kurt smells like teen spirit" e nem por isso viveu na sombra do Nirvana. Construiu um legado importante com duas bandas e lutou contra problemas de saúde. De quebra, influenciou o marido Adam Horovitz, dos Beastie Boys, em questões como igualdade e feminismo.

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Filmage: The story of The Descendents/All (2013)

Eles praticamente inventaram o punk pop. Filmage mostra os perrengues que qualquer banda independente passa, a decisão de Milo de virar um biólogo quando os Descendents já eram respeitados, a criação do All do zero. Junte a tudo isso um tumor na cabeça do baterista e força criativa das duas bandas Bill Stevenson.

Pulp: A Film About Life, Death and Supermarkets (2014)

O Pulp, o retorno da banda e o impacto dela em Sheffield. Tudo isso contado de uma forma existencialista... ah e o Jarvis Cocker trocando um pneu.

Nick Cave: 20.000 dias na Terra (2014)

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O documentário mostra as gravações do disco Push the Sky Away e também Cave lidando com algumas figuras do passado. Algumas cenas são claramente encenadas, mas elas não atrapalham a parte documental.

Heaven adores you (2014)

Além de contar a história de Elliott Smith, o documentário resgata um segredo pouco conhecido. Miss Misery, indicada ao Oscar de Canção Original, foi composta antes de o filme O Gênio Indomável existir.

Amy (2015)

Amy consegue mudar completamente a imagem construída pela mídia internacional sobre a cantora e isso é uma grande coisa. Relatos de amigos, produtores, colegas da música e até de um segurança pessoal mostram uma menina tímida com um talento acima da média que tinha problemas físicos e afetivos para além das drogas e teve pouca ajuda(para não dizer muito atrapalho) da família e do ex-marido.

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Gimme Danger (2016)

A impressão que fica é que esse documentário deveria ter sido lançado nos anos 1970, mas ele não deixa de contar boas histórias dos Stooges, banda considerada uma das origens do punk e que lançou Iggy Pop. Uma das minhas partes favoritas é quando, já ao final, Iggy é questionado em um programa de entrevista sobre sua contribuição para a música e ele responde sem titubear: "Eu destruí os anos 1960".

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