Discos para ouvir na quarentena 10: 'Exile on Main St.' - The Rolling Stones

Quem diria que uma sessão tocada à base de heroína se tornaria o clássico álbum duplo

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Por Alexandre Ferraz Bazzan
Atualização:

Esse disco parece um pouco óbvio, mas ele não era uma unanimidade quando foi lançado.

Os Stones deixaram a Inglaterra para fugir de dívidas fiscais, terminaram o relacionamento comercial com o empresário Allen Klein e Keith Richards intensificou o consumo de heroína. Apesar disso, era Jagger quem estava nos holofotes com o casamento com a modelo Bianca. A cerimônia deveria ser íntima em Saint-Tropez, mas fotógrafos e fãs fizeram o evento tomar proporções inimagináveis. "Espero que meu outro filho não vire uma super estrela", reclamou o pai de Jagger na ocasião.

 

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As expectativas também eram altas. Além de ter que pagar um caminhão de contas atrasadas, eles teriam que superar o bem sucedido Sticky Fingers, que trouxe ao mundo basicamente Brown Sugar e Wild Horses e uma capa tão polêmica quanto clássica.

As sessões em uma mansão alugada por Richards no sul da França foram lideradas pelo próprio guitarrista, que recebia amigos constantes que iam de John Lennon a Gram Parsons (esse foi convidado a se retirar pelo fato de deixar Keith mais perto das drogas(ele também apresentou Keith aos ternos Nudies(lindos), mas isso é outra história)).

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As jams se esticavam madrugada adentro e o clima de bagunça era tanto que até a polícia local, permissiva até a página 2 com os Stones, pediu para eles diminuírem o tom.

Tudo levava a crer que o resultado seria um desastre. Na época, Jagger disse que um disco duplo sempre inclui alguma música que poderia ter ficado de fora. A afirmação ajudou a azedar a relação com Richards. Os críticos também não se entusiasmaram muito, mas, em retrospectiva, Exile on Main St. é um queridinho de todo amante de rock.

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Os shows e o tempo ajudaram a fazer das músicas verdadeiros clássicos. Shine a Light, All Down the Line, Sweet Virginia, Thumbling Dice, Rocks Off e Rip This Joint seriam marcos na carreira de qualquer grande banda(e de certa forma são importantes também para os Stones). Happy é a única música cantada por Richards na banda que entrou para o Top 100 da Billboard.

Amanhã eu volto com uma resposta ao Exile.

-m/

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