Alexandre Ferraz Bazzan
22 de janeiro de 2015 | 14h13
Um belo dia, ou noite, recebo a ligação de um amigo pedindo para assistir uma luta de MMA na minha casa. Ele tinha se mudado faz pouco tempo e ainda estava sem TV a cabo. O confronto era entre Alistair Overeem e o brasileiro Antonio Pezão(nada a ver com o atual governador do Rio). Eu sabia absolutamente nada sobre o esporte e tinha até um pouco de preconceito. Depois me informaram que existia um certo cuidado e que as lesões dificilmente deixavam sequelas de longo prazo como concussões, por exemplo.
Cheguei a ver Anderson Silva perder duas vezes para Chris Weidman e José Aldo defender seu título em uma oportunidade. Também vi Pezão, que havia nocauteado o falastrão Overeem, perder para Cain Velásquez. Depois desse convívio todo, eu continuo sabendo tanto quanto o dia em que esse amigo ligou querendo ir lá em casa, mas o jornalista Fernando Arbex sabe muito e tem blog de análises e comentários sobre o UFC aqui no Estadão. O blog é novo, mas o menino Arbex já havia previsto em uma coluna a derrota de Anderson Silva para Chris Weidman quando o Spider ainda era um deus do Olimpo. Ele fez mais, disse que Anderson perderia novamente se lutasse com a guarda alta na revanche. Houve a fatalidade da perna de borracha, mas ele lutou com a guarda alta e perdeu.
Uma coisa que sempre me despertou interesse desde os filmes de Rocky Balboa, antes até de eu começar a me interessar por boxe, são as encaradas e caminhadas até o ringue. O MMA tem duas encaradas: uma na pesagem, e outra antes da luta em si. É o momento de intimidação. Para quem gosta de música como eu, entretanto, talvez o momento mais legal sejam as caminhadas até o octógono. É um momento de motivação do lutador, mas também de mostrar para o adversário o que o espera. Neste caminho, ou walkout como os americanos chamam, eles escolhem uma música para criar o clima.
Comecei a procurar as músicas que eu mais gostava e mandei para que o Arbex fizesse uma análise dos lutadores. Alguns já estavam até aposentados, então tive que escolher outros, e ele ia me explicando a importância de cada um.
Veja abaixo os oito lutadores com as músicas de ‘walkout’ mais legais, e leia a análise sobre eles aqui no blog Jab-direto de Fernando Arbex.
Antonio Rodrigo Nogueira, o Minotauro – Brasileiro que já foi campeão em sua categoria. Poderia ser personagem de um filme de Scorsese com esse walkout
Gimme Shelter – Rolling Stones
Thiago Silva – Não tem como não ficar intimidado com os berros de Max Cavalera.
Ratamahatta – Sepultura
Matt Brown – Já entrou com várias músicas, mas a mais engraçadinha é esta que retrata seu desejo no momento em que pisa no octógono.
I’d love to knock the hell out of you – Hank Williams Jr.
Ronda Rousey – Fenômeno e campeã em sua categoria do MMA feminino. A música de Joan Jett virou sua assinatura, e uma assinatura excelente.
Bad reputation – Joan Jett and the Blackhearts
Tim Kennedy – Ex-militar americano que já foi combater no Iraque. Rooster é uma homenagem do guitarrista Jerry Cantrell a seu pai que é veternado da guerra do Vietnã, e dá calafrios quando tocada antes da luta.
Rooster – Alice in chains
Frankie Edgar – Peso pena, mas entra no octógono com a música de um peso pesado.
Kick the door down – Notorious B.I.G.
Jon Jones – É campeão, foi pego no dopping fora do período de competição e ainda fez essa dancinha massa.
Hot in here – Nelly
Chris Weidman – Atual campeão, bateu duas vezes no ídolo Anderson Silva e gosta de um country rock dos bons. Nem um passo atrás.
I won’t back down – Tom Petty and the Heartbreakers
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