Marcela Spinosa e Camila Molina
Uma operação envolvendo pelo menos 12 pessoas foi montada no fim da noite da quinta-feira, 7, para retirar os três urubus que faziam parte da obra Bandeira Branca, do artista plástico Nuno Ramos, da Bienal de São Paulo. A retirada foi decidida depois que a Justiça Federal negou, na manhã da quinta-feira, pedido da Bienal para manter as aves no local.
Eram 23 horas quando um dos produtores de Nuno Ramos - que se identificou como Renato -, quatro bombeiros e sete seguranças iniciaram o trabalho para retirar as aves. Uma escada de mais de 20 m foi colocada na parte interna da área, cercada por uma rede. A retirada foi concluída às 23h58, quando uma Kombi levou as gaiolas com os urubus.
À tarde, o produtor executivo da mostra, Emilio Kalil, afirmara ao Estado que a operação para a remoção das aves ocorreria com o pavilhão da instituição às escuras - o evento se encerrou às 22 horas. "Tem de esperar os urubus dormirem um pouco para depois pôr na gaiola. "
A disputa judicial em torno dos urubus começou na sexta-feira, 3, quando a Bienal entrou com pedido para conseguir a tutela dos animais. Naquele dia, o Ibama cancelou a licença concedida à mostra para expor os urubus alegando que "as instalações estavam inadequadas para a manutenção das aves". O órgão ambiental fixou prazo de cinco dias para a retirada dos animais. O prazo venceu na segunda-feira, 6, mas os bichos não foram recolhidos. Na noite de terça-feira, 7, não havia nenhum técnico do Ibama acompanhando o trabalho de remoção.
O destino das aves seria o Parque dos Falcões, em Sergipe, onde vivem em cativeiro.